Dizer palavrões faz parte do jogo? Esta campanha quer acabar com os bullys de bancada

“#NãoSejaBullydeBancada” é o mote da mais recente campanha nacional divulgada pelo Instituto Português do Desporto e Juventude. Esta aposta tem como objectivo prevenir e combate a violência no desporto, sensibilizando para a importância de incentivar as boas práticas, por parte de pais e encarregados/as de educação no acompanhamento de crianças e jovens.

No spot da campanha, cinco crianças reproduzem exemplos de discursos ouvidos por aqueles que as acompanham:

  • «Aprendi com o meu pai que o árbitro é ladrão e a mãe dele é uma prostituta»;
  • «Aprendi com a minha mãe que os jogadores da outra equipa merecem morrer»;
  • «Aprendi com o meu tio que ser um bom adepto é beber até cair»;
  • «Aprendi com o meu padrinho que um jogador preto deve ser chamado de macaco»;
  • «Aprendi com o meu avô que dizer palavrões faz parte do jogo».

A campanha foi desenvolvida em parceria com as federações portuguesas de Andebol, Basquetebol, Futebol, Patinagem e Voleibol e pretende contribuir para a erradicação de comportamentos pouco éticos e violentos dos pais e encarregados de educação no desporto de formação.

O IPDJ explica em comunicado que, embora ficcionadas, estas palavras reflectem muitas “falas” proferidas pelos/as acompanhantes de crianças e jovens nos locais de prática desportiva, incentivando um discurso de ódio incompatível com os valores desportivos. Tendo as crianças uma forte tendência para imitar os comportamentos dos adultos que lhes servem de referência, cabe precisamente a estes últimos quebrar o ciclo, adoptando atitudes consideradas como bons exemplos.

Em vários jogos das cinco modalidades haverá momentos específicos de sensibilização para o tema, para além da disseminação da mensagem através das redes sociais e publicidade estática em múltiplas plataformas em todo o território nacional.

Marcelo Lourenço, co-fundador da Coming Soon, agência responsável pelo trabalho publicitário, revela em comunicado que precisavam de uma frase que fosse «simples e directa e resumisse o comportamento deplorável que muita gente ainda tem quando estão a assistir a um evento desportivo». Surgiu assim, o slogan “Não seja bully de bancada”.

«A violência, o racismo, o preconceito e a apologia à violência não são coisas bonitas de se ouvir numa campanha, mas são ainda piores de se ouvir na vida real. É um filme chocante, mas precisamos de algo assim para chamar a atenção para o problema e quebrar este hábito que tem sido passado de geração à geração», acrescenta Pedro Bexiga, director criativo e co-autor da campanha.

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