Diversidade, conteúdo e negócio: o metaverso chegou para redefinir as empresas

“Metaverso” é um conceito que ganha cada vez mais expressão junto das marcas um pouco em todos os sectores. Contudo, o resultado concreto que o investimento neste mundo virtual pode ter permanece incerto. Ainda assim, apresenta-se como uma hipótese de refazer e melhorar aquilo que ficou aquém na vida real – um sentimento de pertença, de igualdade e de representatividade.

De acordo com TJ Leonard, CEO da produtora de media Storyblocks, citada pela Fast Company,  o caminho para alcançar o sucesso no metaverso começa precisamente com a atribuição de significados, permitindo alavancar experiências imersivas e alterar o modelo de negócio, de forma a que as comunidade usufruam dos benefícios económicos que os mundos virtuais têm para oferecer e que os internautas ajudam a criar.

Do significado das experiências à diversidade da audiência

Por enquanto, as marcas e empresas que já fizeram questão de anunciar a sua presença no metaverso fizeram-no com o intuito de garantir lucro financeiro e status, salienta o CEO. Porém, aquelas que, a longo prazo, se irão destacar verdadeiramente são as que apostam em experiências que chamam a atenção da comunidade e criam interacções com valor não-monetário.

A falta de representatividade que hoje se sente no mundo físico pode ser colmatada no digital com a criação de campanhas adequadas a cada target. A individualização do marketing na área publicitária apresenta-se como fulcral para fazer crescer as marcas – da aposta em acções pensadas para os diferentes públicos ao investimento em pesquisa sobre o impacto das marcas, artistas e referências culturais na audiência.

Conteúdo, conteúdo e mais conteúdo

Actualmente, a web requer 100 vezes mais conteúdo do que há uma década. As empresas de média dimensão têm, hoje, de produzir mais de 500 vídeos por ano para continuarem a ser relevantes, enquanto as grandes precisam de milhares para serem competitivas. Os negócios com uma estratégia de vídeo eficiente verificam um aumento de receita na ordem dos 49% face àqueles que não têm. E quem quiser ter sucesso no metaverso terá de seguir a mesma abordagem.

O desafio está no facto de a chegada do metaverso exigir uma quantidade ainda maior de conteúdo diariamente. Para que o processo de criação seja mais eficiente e produtivo, as empresas devem apostar em métodos de trabalho mais simples, originando fluxos de criatividade sem barreiras, indica o mesmo responsável.

Um novo modelo de negócio

O mundo digital vai permitir às empresas que consigam percorrer o caminho do sucesso ao abrirem as portas à construção de um plano onde negócios e criadores podem, ambos, crescer e lucrar em equilíbrio.

Além de uma relação mais simbiótica, o metaverso traz também consigo a possibilidade de dar palco aos artistas subvalorizados e, por vezes, sem representação. De acordo com o estudo “Time to Face the Influencer Pay Gap”, da MSL e The Influencer League, os influenciadores caucasianos ganham 35% mais do que os influenciadores negros. Estes dados são, para TJ Leonard, sintoma da relação entre os gigantes tecnológicos, o seu modelo de monetização publicitária e os consumidores que alimentam o negócio.

Desta forma, «é claro que os verdadeiros vencedores do metaverso vão ser as empresas e as marcas que reconhecem a oportunidade que se apresenta para redefinir os erros cometidos durante a ascensão das redes sociais». As empresas que acharem que «podem simplesmente atirar dinheiro ao metaverso na esperança de criar uma nova fonte de rendimento a partir dos modelos de negócio já existentes serão deixadas para trás, enquanto vêem os seus ganhos irem para uma nova geração de líderes de mercado», salienta o profissional.

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