Distribuição de imprensa em risco: VASP pede medidas ao Governo

Cerca de 25% da rede de pontos de venda de publicações encontram-se encerrados. O número é apontado pela distribuidora VASP, responsável por garantir que os jornais e revistas chegam às bancas de Norte a Sul de Portugal. Segundo a empresa, verifica-se também uma redução significativa da frequência de visita dos clientes, mesmo apesar de o Governo ter permitido que o comércio de publicações continue a funcionar durante o estado de emergência.

Todos estes factores, refere a VASP, resultaram numa quebra média da circulação da totalidade das publicações que ronda os 50%, face ao período anterior à declaração do estado de emergência. A distribuidora adianta ainda que as perdas ultrapassam já os 700 mil euros mensais, “situação que coloca em causa a sustentabilidade da empresa no curto/médio prazo”, até porque as medidas de apoio à tesouraria anunciadas recentemente “em nada vieram resolver o problema da distribuição de impensa”. A VASP considera mesmo que resultariam numa “dívida brutal”.

Nesse sentido, a VASP enviou uma carta ao Governo através da qual propõe medidas compensatórias para a distribuição de imprensa, incluindo o alargamento do apoio proporcionado pelo sistema de incentivo à leitura às entregas realizadas através da rede de pontos de venda. “Entendemos que este pedido é da maior justeza, pois coloca em condiçõe de igualdade o canal quiosque e o canal de assinaturas”, indica a distribuidora.

“Sem o apoio do Estado, que estamos a solicitar, não vai ser possível manter, por muito tempo, a distribuição de imprensa a funcionar no mesmo modelo, e com as condições actuais, e seremos obrigados a tomar decisões e medidas que inevitavelmente irão penalizar, ainda mais, o sector da imprensa em papel”, refere ainda a VASP.

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