Diogo Lopes Pereira: «As pessoas vão habituar-se a consumir mais formação online»

O que ficará depois deste “buraco negro” do novo coronavírus? Que marcas iremos ter? E como é que passarão a estar e a comunicar? Não sendo possível qualquer previsão clara e certa, fomos, contudo, tentar perceber de que forma é que algumas das maiores empresas e marcas em Portugal estão a reagir e como esperam sair do momento mais crítico de todos os tempos, a nível mundial. Vamos todos dar a volta?

Diogo Lopes Pereira, director de Marketing da Católica-Lisbon

O que está a ser feito, neste momento, para que a sua marca não perca relevância?

A missão da Católica Lisbon School of Business and Economics é a de preparar os nossos estudantes para que tenham carreiras de alto nível, tanto a nível nacional como internacional, seja em Gestão ou em Economia.

Por isso a primeira preocupação da Católica-Lisbon foi proteger a saúde dos estudantes pelo que o campus foi encerrado logo na semana de 9 de Março. As aulas passaram a ser dadas à distância, através de todos os meios disponíveis, desde a partilha das aulas teóricas em vídeo, até à realização de aulas práticas através de videoconferência. Muito do que tinha sido preparado para o ensino em blended learning ao longo dos último anos, com experiências pontuais, foi acelerado e generalizado de um dia para o outro e passou a ser o novo normal. Pela primeira vez na nossa história realizaram-se exames de forma remota.

Apesar de o ensino à distância não permitir criar a mesma ligação emocional que só o ensino presencial consegue criar, temos a convicção de que no contexto actual, o sentimento de que estamos todos a dar o nosso melhor para sobreviver a esta crise
criará um vínculo ainda mais forte entre os alunos e professores.

Para além da relação à distância que conseguimos manter com os nossos alunos, continuamos ainda a apostar no marketing digital como forma de atrair os próximos alunos de licenciaturas e mestrados.

E depois deste “buraco negro”, a sua marca será a mesma?

Depois desta crise, provavelmente a marca será percepcionada como muito mais digital, porque o meio de contacto privilegiado durante estes próximos meses passará a ser à distância.

Acreditamos que neste período as pessoas se habituarão a consumir mais formação online, e que a Universidade conseguirá adaptar-se para satisfazer essa necessidade. Ao mesmo tempo, continuamos a acreditar que a formação presencial é insubstituível: a presença de um professor próximo, capaz de adaptar a matéria ao ritmo de aprendizagem e dúvidas específicas dos alunos; a própria capacidade de concentração e absorção da matéria numa aula face a face; e a aprendizagem com os próprios colegas farão com que as aulas presenciais tenham sempre um espaço fundamental na formação das pessoas.

Felizmente a Católica-Lisbon continua a receber candidaturas das mais variadas partes do globo de estudantes que desejam fazer a sua licenciatura ou mestrado na cidade de Lisboa, sendo reconfortante perceber que a formação continua a ser uma das prioridades dos jovens e que, apesar de todas as incertezas em relação ao futuro, a marca Católica-Lisbon continua a ser uma referência nacional e internacional

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