Deixar de falar em marketing digital
A primeira grande tendência do marketing digital é deixarmos de falar em marketing digital.
por Filipa Caldeira, CEO Ibérica Fullsix
Este texto foi publicado originalmente na edição de Janeiro de 2015 da Marketeer.
É a necessidade e preocupação em criar uma experiência de marca única e integrada, uma experiência omnicanal. Os marketers têm de abandonar o raciocínio compartimentado e deixar de pensar em qual o seu plano above-the-line, em como aumentar o engagement em social media, ou a taxa de conversão em e-commerce, para construirem um plano comum em que dão ao consumidor a informação certa, no canal e no momento certo, com o objetivo de aumentar as vendas, sejam elas provenientes da loja física ou do canal digital (site ou mobile). Em 2015, comece por fazer a “consumer journey” da sua marca.
Outra grande tendência, e que muita influencia a primeira, é a explosão do mobile. O tráfego web em mobile continua a aumentar drasticamente, bem como a taxa de adoção de smartphones. No facebook, dois terços dos acessos são via dispositivos móveis. Os marketers e agências, não podem incluir o mobile no final do plano, mas a sim a pensá-lo como algo crucial e que, em muitas situações, uma app, um mobile site ou outro tipo de desenvolvimento mobile, pode e deve ser a peça central de comunicação com o consumidor. Convém relembrar a capacidade crescente de inter-conetividade do mobile com qualquer outro dispositivo, o que aumenta significativamente o potencial desta ferramenta de marketing, tanto na comunicação, como no ponto de venda, e muito brevemente nas nossas próprias casas. Em 2015, não façam nada digital que não seja “responsive”!
Já ouvimos falar muito na importância dos conteúdos, mas ainda há muito por explorar. Quando pensamos em grandes marcas como a Coca-Cola e a Red Bull, ou grandes empresas de referência no marketing como a P&G e a Unilever, vemos que, cada vez mais nos contam histórias em vez de simplesmente nos anunciarem novos produtos. É a era do NBS (no bullshit) marketing, em que o consumidor é tão bombardeado com informação, que realmente só se interessa por conteúdo que acrescente valor, seja em termos de utilidade, seja entretenimento. Em 2015, aposte em conteúdo relevante!
Por fim, impossível não referir o “data-driven marketing”. Cada vez mais temos à nossa disposição métricas, informação sobre o consumidor e tecnologia que nos permite fazer campanhas muito mais personalizadas, do princípio ao fim, aumentando a taxa de conversão, seja em canais digitais, seja na própria loja física. Em 2015, construa estratégias segmentadas com maior relevância para o consumidor e maior eficiência para a marca.
Há uma palavra que unifica todas estas tendências, que é – CONSUMIDOR. Se começarmos pelo fim, vamos conhecê-lo, desenhar uma estratégia personalizada, com conteúdos relevantes, que passam pelo dispositivo que usa cada vez mais, o smartphone, mas integrado numa experiência omnicanal total. São estes os passos fundamentais para pensar num plano de marketing, em que o digital está no centro, mas faz parte de um todo maior.