Deco alerta: supermercados online nem sempre informam sobre os custos de entrega

A Deco Proteste levou a cabo uma análise relativamente à informação fornecida por 11 supermercados de Portugal Continental em termos de custos de entregas ao domicílio. As conclusões revelam que essa informação nem sempre está imediatamente disponível para o consumidor, além de não ser clara e concreta.

Apolónia, Auchan, Comuniti, Continente, E.Leclerc, El Corte Inglés, Froiz, Intermarché, Minipreço, Pingo Doce e Spar foram as insígnias analisadas pela organização de defesa do consumidor, sendo que algumas entregam em qualquer zona do País e outras têm um raio de acção mais limitado.

Realçando a importância do custo de entrega para o consumidor, que, na hora de escolher o supermercado online pode ser decisivo, a par do preço dos produtos, a Deco Proteste refere que esses custos variam entre superfícies comerciais e, frequentemente, até no mesmo supermercado, por exemplo, em função do valor da encomenda, do período horário ou da zona de entrega.

Segundo a análise, nos casos do Continente, Intermarché e E.Leclerc, só depois de fazer o registo e de simular uma encomenda é que foi possível saber, de forma exacta, quanto iria custar o serviço. Esta prática, de acordo com a Deco Proteste, não é a mais adequada, “uma vez que o consumidor deve poder ter acesso a esta informação antes de iniciar o processo de compra, para ser um verdadeiro critério de escolha”.

A recolha de dados também concluiu que as tabelas de custos de entrega de alguns supermercados online são complexas, porque apresentam valores a cobrar em função de múltiplos factores, apresentando até tabelas diferentes conforme a loja física que responde pela entrega. Logo, a Deco Proteste crê que seria benéfico para o consumidor haver alguma simplificação a este nível.

No E.Leclerc Online, a organização não encontrou nenhuma informação prévia sobre os custos da entrega. Para comprar online nesta insígnia, é preciso selecionar um dos 13 hipermercados que têm o serviço e perceber se faz entregas ao domicílio na zona pretendida. Contudo, o valor cobrado pela entrega só é indicado no momento de finalizar a encomenda e pode variar conforme o hipermercado que entrega. Por exemplo, nas simulações realizadas, uma entrega na zona do Seixal custava 2,50 euros, em Braga ou em Oeiras já ascendia a 5,90 euros.

Algo semelhante acontece com o Continente, onde o valor da entrega varia consoante o dia, a hora e a área de entrega, sendo apenas possível saber o custo concreto a pagar antes de finalizar o processo de compra. Com as simulações efectuadas, a Deco Proteste verificou que, por exemplo, para uma entrega em Lisboa, numa quarta-feira, no período entre as 18h e as 20h30, era indicado um custo de 5,99 euros. Se a entrega fosse entre as 18h e as 22h30, eram 4,99 euros. Ao domingo, nos mesmos horários, a entrega custava mais um euro.

Por outro lado, supermercados online como o Froiz têm toda a informação sobre os custos de entrega disponível sem necessidade de iniciar o processo de compra. Neste caso, o serviço de entrega ao domicílio tem um custo de 4 euros, para compras abaixo dos 50 euros. Em compras de montante igual ou superior a 50 euros e inferior a 100 euros, a entrega custa 2 euros. Já a partir dos 100 euros, a entrega é gratuita.

Para a Deco Proteste, “o fornecedor dos bens ou serviços deve disponibilizar informação, de forma clara e compreensível, sobre o preço total dos bens ou serviços e sobre os encargos que o consumidor irá ter com transporte, despesas postais ou de entrega”. Aliás, de forma a que os custos de entrega sejam um” critério de escolha do supermercado online, é importante que a informação possa ser consultada pelo consumidor a qualquer momento”.

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