De volta aos snacks e bebidas: consumo fora de casa aumenta
São cada vez menos as restrições impostas aos cidadãos e isso reflecte-se desde logo na forma como consomem. A análise dos painéis fora de casa (OOH) da Kantar Worldpanel Division mostra que o avançar do desconfinamento tem sido sinónimo de um aumento do consumo de Snacks & Bebidas: esta categoria registou um crescimento de 49% a nível mundial, comparando o segundo trimestre deste ano com o mesmo período de 2020.
A Kantar fala mesmo em “recuperação impressionante”, com vendas trimestrais totais de 30,7 mil milhões de dólares. Os mercados europeus surgem em destaque neste regresso ao consumo fora de casa, com o Reino Unido e Espanha a liderar (+176% e +147%, respectivamente).
Já Portugal apresenta um crescimento mais modesto, de apenas 19%. Segundo a Kantar, este “crescimento ainda não é suficiente para compensar as perdas no consumo dentro do lar, existindo ainda um caminho a percorrer para atingir os níveis pré-pandemia”.
A empresa especializada em estudos de mercado garante também que ainda há muito espaço para crescer no terceiro trimestre, nomeadamente “através do canal Horeca, que é o que oferece maior oportunidade de reconstruir a sua quota de valor”.
Dentro da categoria de Snacks & Bebidas, os cafés e os refrigerantes lideram. As vendas totais de bebidas não alcoólicas aumentaram 67% em valor para consumo fora do lar, ao passo que no consumo dentro de casa o crescimento foi de somente 1%, no período em análise.
O café saltou 150% e os refrigerantes 63%, fora do lar, em todo o mundo. No café, este aumento traduziu-se em 2,8 mil milhões de dólares em vendas no segundo trimestre de 2021, ou seja, mais 1,7 mil milhões de dólares do que no período homólogo de 2020. Em grande parte, este crescimento foi conduzido pela Europa, que responde por 93% da escalada verificada.
Quanto aos snacks, o aumento de consumo fora de casa foi de 29%. Em casa, no sentido contrário, houve uma ligeira quebra de 2%.
Olá, pré-pandemia?
O caminho ainda é longo mas a Kantar nota que o mercado está, de facto, no caminho para os níveis pré-pandemia. Ainda assim, o consumo fora de casa terá muito trabalho pela frente, tendo em conta que os consumidores estão a visitar menos este canal, a cada trimestre, em comparação com os números registados antes do novo coronavírus surgir.
A quota de mercado do OOH em valor situa-se agora nos 33%, globalmente, ficando abaixo dos 41% registados em termos de vendas globais de snacks e bebidas não alcoólicas em 2019.
Em Portugal, o consumo desta categoria fora de casa representa 10% em valor, o que compara com os 16% verificados no mesmo período de 2019. Na vizinha Espanha, o consumo fixa-se nos 36% agora versus 47% antes da pandemia.
“O único mercado onde os números de OOH são maiores do que os da pré-pandemia é a China, onde representa agora de 49% do mercado total, em comparação com 47% no mesmo trimestre de 2019”, conclui o mesmo estudo