Da polémica à tradição. O primeiro cartão de Boas Festas foi criado há 77 anos

Corria o ano de 1843 quando o britânico Henry Cole pediu ao ilustrador John Calcott Horsley para desenhar um postal que servisse para desejar um Natal feliz e um bom Ano Novo. Embora se tenha transformado numa tradição – entretanto também já a perder fôlego graças às novas tecnologias –, a primeira reacção ao postal não terá sido a melhor.

Segundo a Smithsonian Magazine, a ideia surgiu devido à intensa vida social de Henry Cole, um mecenas que se movimentava junto das elites de Inglaterra e que queria encontrar uma forma mais fácil de desejar a todos Boas Festas. O também fundador do Victoria and Albert Museum decidiu que não conseguiria escrever uma carta a todos e que o melhor seria optar por um postal.

Contudo, aquele que é considerado o primeiro postal de Natal não terá sido bem recebido por todos, uma vez que a imagem escolhida para ilustrar os votos de felicidade apresentava uma família à mesa e menores com copos de vinho. Na altura, explica Ace Collings, autor de “Stories Behind the Great Traditions of Christmas”, Inglaterra era palco do Movimento da Temperança, que advogada a proibição das bebidas alcoólicas e que terá encarado o postal como um incentivo ao consumo por parte de crianças.

Ainda assim, a crítica foi superada pela conveniência desta solução e outras pessoas começaram a apostar em postais para desejar um feliz Natal a todos os seus amigos e conhecidos. A mesma publicação alerta, porém, que os postais apenas se tornaram tradição algumas décadas depois – o primeiro exemplo conhecido nos EUA, por exemplo, data de 1875.

Quanto ao postal de Natal de Henry Cole, foi a leilão recentemente e acabou por ser arrematado por 13.750 libras, ou seja, cerca de 15 mil euros.

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