Cyberbullying: sinais de alerta
Em tempo de confinamento social, o uso de ecrãs pelas crianças e jovens passou a ser uma rotina diária necessária para colmatar as necessidades de estudo, entretenimento, de socialização, o que implica um maior acesso e mais tempo de utilização. Por esta razão, a Ordem dos Psicólogos disponibiliza online um manual com recomendações para pais, cuidadores e professores para os alertar e ensinar a agir neste tipo de situação.
“É preciso notar que a maior parte das crianças e adolescentes vítimas de cyberbullying não denunciam a situação a um adulto, por se sentirem envergonhadas ou por medo de que os seus privilégios de utilização das plataformas digitais sejam retirados”, avançam os especialistas. Por isso é crucial que todos estejamos atentos aos sinais dados pelas crianças e adolescentes de que podem estar a ser vítimas. Nesse sentido, a Ordem dos Psicólogos chama a atenção para os seguintes sinais:
- Mostrar-se aborrecido ou perturbado durante ou após a utilização do telemóvel/computador/tablet;
- Mostrar-se triste, ansioso, preocupado ou alheado da realidade;
- Fazer da sua vida digital um segredo ou tentar protegê-la a todo o custo;
- Minimizar “janelas” na presença do adulto, pedir ajuda para eliminar contas ou bloquear amigos;
- Isolar-se e evitar a família, os amigos ou as actividades habituais;
- Recusar assistir às aulas à distância ou participar em situações de grupo;
- Diminuição do rendimento escolar ou aparente aumento do número de horas de estudo, sem grandes melhorias de resultados;
- Mostrar-se zangado e descontrolado;
- Mudanças de humor, comportamento, sono ou apetite, sem justificação aparente;
- Parar de usar o telemóvel/computador/tablet;
- Mostrar-se nervoso e ansioso sempre que surge uma nova mensagem;
- Evitar discussões sobre o uso do telemóvel/computador/tablet.
No documento, a Ordem deixa também expressas algumas medidas para prevenção de situações de cyberbullying, assim como recomendações para os pais na forma de agir para lidar com uma situação destas. De acordo com os especialistas, os pais devem manter a calma, proporcionar momentos à criança para esta expressar as suas emoções, guardar provas dos actos de cyberbullying – fazendo capturas de ecrã ou fotografando as mensagens – e denunciar os agressores.
Os mesmos especialistas salientam a importância de um dos elementos adultos da família manter o acesso às mensagens do agressor, ainda que o primeiro impulso seja bloquear qualquer forma de comunicação. Esta medida é especialmente importante para, pelo menos um dos pais, manter acesso às provas de agressão, o que não acontece se o agressor for bloqueado por todos.
A Ordem dos Psicólogos fornece ainda vários links de instituições que podem ajudar os pais, professores e cuidadores na prevenção e combate ao cyberbullying:
– Plano de Prevenção e Combate ao Bullying e ao Cyberbulling