Crédito à habitação: seguros de vida e multirrisco da banca são o dobro do preço do mercado livre
A Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE) acusa o Governo de proteger a banca em vez de permitir poupanças de 300 milhões de euros por ano aos portugueses com os seguros de vida e multirriscos, associados aos créditos à habitação.
Neste contexto e na sequência da apresentação dos planos do Governo que deixou de fora a proposta que permitiria tal poupança – a APROSE apresentou uma proposta de alteração à lei, “para que se acabe efectivamente com esta renda escondida da banca e para que os clientes tenham a possibilidade de mudar o seguro de vida e multirrisco para o mercado livre sem que sofram a ameaça de uma penalização do spread” -, a Associação lança um repto, em forma de apelo, aos partidos com assento parlamentar para que avancem com alterações à lei.
A APROSE assegura em comunicado que “só assim será possível garantir poupanças efectivas às famílias portuguesas, até porque a solução das moratórias, apresentada pelo Governo, apesar de ser uma ajuda imediata apenas adia o problema de milhares de portugueses que vivem graves dificuldades para cumprir os encargos com as prestações da casa”.
A Associação realizou uma análise aos valores dos seguros de vida e multirrisco associados aos créditos à habitação, celebrados aos balcões dos bancos e concluiu que, “na grande maioria dos casos, atingem o dobro do preço verificado em mercado livre”.
A Associação afiança que existem cerca de um milhão de créditos à habitação que ainda têm associados seguros feitos aos balcões dos bancos e que a mudança desses seguros para o mercado livre iria permitir uma poupança anual média de 300 euros, por cada contrato, o que representa uma poupança global de cerca de 300 milhões de euros para as famílias.