Coronavírus acelera fim da Playboy

Na última semana, o novo coronavírus começou a afectar a produção de conteúdos e a cadeia de abastecimento da Playboy. A pandemia obrigou a empresa fundada por Hugh Hefner acelerar uma conversa que já vinha a acontecer no seu seio: como manter a revista Playboy em banca?

Segundo Ben Kohn, CEO da Playboy Enterprises, a resposta passa pelo fim da edição impressa da publicação. O número da Primavera 2020 será o último a chegar aos leitores norte-americanos. A decisão, de acordo com o responsável, afecta apenas os Estados Unidos da América, mercado que viu nascer a revista erótica das orelhas de coelho.

A Playboy passa a ser disponibilizada apenas online. Será numa plataforma digital que os leitores poderão continuar a encontrar as entrevistas, conselhos e fotografias da Playboy. Para 2021 estão previstos novos produtos e um regresso ao papel, ainda que em moldes diferentes. Ben Kohn explica, em comunicado, que serão preparadas edições especiais em colaboração com parceiros. O CEO garante que a Playboy começou impressa e que esse formato estará sempre presente.

No entanto, ao longo dos últimos 66 anos, a Playboy tornou-se mais do que uma revista. «E, por vezes, é preciso que deixemos ir o passado para encontrar espaço para o futuro. Por isso, estamos a virar as nossas atenções de modo a cumprir a nossa missão da forma mais eficaz e impactante que conseguimos: ajudar a criar uma cultura em que todas as pessoas podem procurar prazer», afirma o CEO.

Na mesma nota, Ben Kohn sublinha que a Playboy teve um papel importante na promoção da livre expressão e no fim de alguns tabus. Causou desconforto, mas também permitiu que muitas pessoas ficassem a saber mais sobre sexualidade.

Com quase sete décadas de história, é também uma das marcas mais reconhecidas a nível mundial. Dado citados pelo responsável indicam que 97% da população do planeta sabe o que significam as orelhas pretas de coelho.

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