Corleone: o italiano que nos faz pensar estar na costa italiana
Miguel Garcia começa a ser um nome que deve ter debaixo de olho quando pensa em projectos de restauração pela capital. Entrou com pés de lã, mas a sua velocidade actual é já outra e bem mais rápida. Primeiro, começou com o Café de São Bento que comprou e fez questão de manter fiel às suas origens e receituário; depois meteu-se no carro até Cascais e instalou-se bem no centro, numa casa que o apaixonava desde a adolescência, com o seu Bougain; agora, e desde há dois meses, está a levar o melhor dos sabores italianos para novo espaço de referência na mesma vila: no edifício do histórico Hotel Albatroz reformulou salas, redecorou a varanda, foi buscar quem sabe destes sabores e sem medos abriu o Corleone.
Começar por dizer que, se não fosse a certeza de que tínhamos feito a A5 e deixado Lisboa para trás, quase que juraríamos estar num espaço no sul de Itália. Que os tons das paredes, as cores das almofadas ou as loiças que ornamentam e servem, em tudo remetem para outra geografia. E tudo isto bem em cima da baía de Cascais, com o mar a prolongar sensações. Ah, e claro que com o remate perfeito dos pratos para ali criados.
A carta está invadida de clássicos da cozinha daquele país, desde o antipasti onde há o VitelloTonnato ou as Arancini (bolinhas crocantes de risotto com tomate, manjericão e mozzarella) até às pastas ou os pratos principais.
Mas não é só isso, é que Miguel Garcia fez ainda questão de ir buscar ingredientes italianos a quem os faz bem, Itália, como quis trazer um chef que bem conhecia de há anos e que lhe daria a certeza que tudo só poderia correr pelo melhor. Por isso, a carta é assinada por Rodolfo de Santis, o chef italiano mais emblemático do Brasil, e actual consultor do projecto.
O que no Corleone se promete é então uma profusão de experiencias gustativas que nos levam para longe. Seja na pasta fresca com quatro opções feitas na casa, diariamente: o Cavatelli all’Arrabiata com ragu de polvo e tutano, levemente picante, servido com miolo de pão italiano, o Gnocchi (com molho rosé de tomate San Marzano e queijo Fontina), ou o Tortellini recheado com vitela, manteiga e sálvia. As restantes massas são grano duro entre a Cacio e Pepe com opção de trufa negra ralada, a Amatriciana e o Linguine al Pesto, servido com burrata e raspas de limão. Nos Secondis há Camarão grelhado com risotto de limão e a clássica Milanese…e muito mais que nada como ir até lá para ver, e comer.
Por fim, não poderia faltar os verdadeiros Tiramisu, Profiteroles e a Merengata.
Num dia de sol e calor, e apesar do amor que temos ao nosso País, deixámo-nos literalmente levar até Itália. No final, saímos felizes. E não fosse a obrigação de ter que voltar ao teclado e ao ecrã e teríamos prolongado o momento por mais alguns momentos! Grazie!