Corante à base de insectos envolve Starbucks em polémica
A intenção era das melhores, mas acabou por gerar a discórdia. A rede de coffee shops Starbucks decidiu diminuir este ano, nos EUA, a utilização de ingredientes artificiais nas suas bebidas. No seu Frappuccino de morango, por exemplo, trocou o corante químico da bebida por um extracto de cochonilha, um tipo de insecto originário da América do Sul.
E instalou-se a polémica. A tonalidade rosa do corante natural é obtida pela trituração de milhares de cochonilhas, o que não agradou os membros activistas da comunidade vegan daquele país. São vários os fóruns, como o ThisDishIsVegetarian.com, em que a bebida está a ser apelidada de “sumo de insecto”. Os grupos vegan chegaram mesmo a ponderar o boicote à Starbucks, chamando a marca de “Starbugs”, num trocadilho com a palavra “bug”, que significa insecto em inglês.
De acordo com informações da ABC News, citadas pela Exame brasileira, a insígnia defendeu-se numa missiva enviada à imprensa, onde se podia ler que, ainda que o Frapuccino de Morango não seja vegan, é um produto que faz parte “de um esforço por refeições naturais”. A companhia reforçou mesmo que “se esforça por abarcar todos os tipos de opções alimentares”.
O aumento da controvérsia levou a empresa a admitir ser impossível a garantia de um produto 100% vegetal. “Muitos dos produtos da Starbucks podem ser combinados para criar bebidas livres de derivados de animais; no entanto, não temos capacidade de dar garantias, face ao potencial de contaminação cruzada com outros produtos nos nossos locais de funcionamento”, assumiu a companhia.
O recurso a extracto de cochonilha não é, no entanto, invulgar. Este corante é aprovado por órgãos de controlo de saúde por todo o mundo, como o FDA (Food and Drug Administration) dos EUA, e é utilizado em vários alimentos, desde iogurtes a gelados, passando por recheios de bolachas, e até mesmo maquilhagem. A cor é extraída da fêmea do insecto. Por cada quilo do pigmento, são trituradas 150 mil cochonilhas.