Consumo de snacks e bebidas não-alcoólicas fora de casa aumenta globalmente. Portugal em contraciclo

Com as restrições em todo o mundo a abrandar e a confiança dos consumidores a crescer, verifica-se um regresso gradual aos hábitos de consumo de snacks e bebidas não-alcoólicas pré-pandémicos. Contudo, enquanto o consumo fora de casa (OOH) aumentou, no quarto trimestre de 2021, em países como Reino Unido, Espanha e França, em Portugal verifica-se um movimento em contraciclo, avança a Kantar.

A quebra em valor registada no mercado nacional é de 3% face ao mesmo período de 2020, sendo que a combinação de in e out of home resultou num recuo de 9%.

A nível mundial, as vendas em valor de OOH aumentaram, pelo terceiro trimestre consecutivo, no quarto trimestre de 2021, crescendo 19%. De acordo com o barómetro da Kantar, este valor compara com uma queda de 25% no mesmo período de 2020. Ainda assim, os números mais recentes ficam abaixo do nível de consumo verificado antes da pandemia.

Há dois anos, a contribuição das vendas de OOH para o total de vendas de snacks e bebidas não alcoólicas era de 30%; em 2021 passou para 34%, mas em 2019 era de 39%. Em Portugal, a tendência é semelhante: estas categorias representaram 10% do valor gasto para o total FMCG, no quarto trimestre de 2021, enquanto, no mesmo período de 2020, tinham representado 15%.

O desempenho das vendas de bebidas OOH está a ser mais forte do que o das vendas de snacks – com um crescimento de 22% e 14%, respectivamente, a nível global. A recuperação é mais rápida nas categorias que estão muito dependentes do OOH: refrigerantes, cafés e gelados. Estas foram as categorias mais afectadas durante a pandemia, em parte porque não conseguiram reproduzir as ocasiões OOH dentro de casa com tanto sucesso quanto o chocolate e os snacks salgados, explica a Kantar.

Embora cafés e gelados ainda não tenham recuperado os seus níveis anteriores de gastos em OOH, estão ambos a crescer. A recuperação completa do valor do café dependerá dos cafés, enquanto o consumo de gelados mudou-se, durante a pandemia, para canais de impulso e de conveniência.

O gasto em refrigerantes em OOH aumentou um terço (34%), em comparação com o ano anterior, no quarto trimestre de 2021, sem afectar a evolução da categoria em take-home, que também cresceu 4%. A possibilidade de se poder consumir no local não afectou as compras take-home, indicando um novo hábito. Isto destaca o potencial para reter os gastos dentro de casa, ao mesmo tempo que continua a aumentar o consumo por impulso e on-the-go, em OOH.

As compras de refrigerantes OOH contribuíram em 49% para o valor total de mercado de In&Out – um aumento de 42% em comparação com o quarto trimestre de 2020, mas ainda abaixo dos 57% de quota, que liderava em 2019. A recuperação total deste sector dependerá do aumento dos gastos em bares, cafés e restaurantes.

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