Consumidores vão continuar a pagar mais por alguns bens, mas cabe às marcas aproveitar o momento
Continuarão os consumidores dispostos a pagar mais por bens de valor superior no actual contexto macroeconómico? A resposta da Casa Mendes Gonçalves (Paladin) e da GL (Sonatural) é sim, mas importam também outros factores como a transparência da marca e os recursos utilizados. Neste sentido, há que apostar no que diferencia as insígnias que representam, seja na própria produção ou forma como comunicam com o público.
«Queremos que quem chega ao supermercado pense ‘Quero uma coisa diferente, vou ver o que é que a Paladin tem’», afirma Renato Sousa Antunes, head of Marketing da Casa Mendes Gonçalves. Como tal, os produtos diferenciados e de valor acrescentado são uma das principais alavancagens da empresa.
Já no caso da Galp, representada nesta mesa-redonda pela head of Brand and Marketing Filipa Appleton, a diferenciação faz-se com a oferta que vai além dos combustíveis, devido à transferência de consumo que se verifica no sector. Assim, a marca oferece agora diversas outras soluções enérgicas e quer ainda aproximar-se do consumidor ao mostrar o que faz, e como, nas suas várias vertentes.
«Em momentos de crise, no sector do luxo, as pessoas procuram um momento de indulgência», salienta a directora de Marketing da Perfumes & Companhia, Isabel Costa Cabral. Como tal, cabe às marcas estarem atentas, aproveitarem a oportunidade e demonstrarem porque devem os consumidores abdicar de outros bens para adquirir o seu.
Neste sentido, surge uma espécie de democratização do mercado com o crescimento das marcas próprias, o que obriga as insígnias posicionadas na vertente do luxo – ainda que luxo acessível – a sair da zona de conforto. Embora o cliente continue a «olhar para o preço e para a etiqueta amarela da promoção, a estratégia será ‘o que vou encontrar aqui que não encontro noutro lado?’», propõe Joana Santos, directora de Marketing da GL.
É importante, então, permitir que o consumidor actual, informado e atento, encontre num só local várias soluções para aquilo que possa estar à procura, remata Filipa Appleton.
Ouvir o consumidor, ter flexibilidade e dinamismo, capacidade de resposta e inovação, ser transparente e aproximar-se dos clientes são, assim, alguns dos principais desafios do Grande Consumo para os próximos tempos trazidos pela Galp, Perfumes & Companhia, Casa Mendes Gonçalves e GL.
Texto de Beatriz Caetano