Consumidores querem apoio das seguradoras para a cibersegurança

Com base no aumento do consumo online no decorrer da pandemia, segundo um relatório da Accenture, três em cada quatro consumidores gostariam de ter apoio das seguradoras para lidar com a cibersegurança.

O relatório “Three ways COVID-19 is changing insurance”, que envolveu mais de 47 mil pessoas em todo o mundo, pretende compreender como a experiência e as expectativas dos consumidores com os produtos e serviços de seguro durante a pandemia podem ser permanentes mudanças na indústria.

Com o aumento do risco de ataques cibernéticos e de fraudes, os consumidores começaram a procurar outras soluções, para além das tradicionais relacionadas com o roubo de identidade, e a recorrer às seguradoras para soluções relacionadas com cibersegurança pessoal. O relatório da Accenture constata também que os consumidores estão preocupados com questões de identidade e protecção de dados pessoais, sendo que um em cada cinco (20%) temem a partilha dos seus dados com seguradoras por receio de que os mesmos sejam roubados.

Emanuel Agostinho, Managing Director na área de Strategy & Consulting na Accenture Portugal, afirma que assiste-se ao início de um novo ciclo no mercado dos seguros. E explica que pandemia teve um impacto profundo na vida dos clientes, o que provavelmente os fará encarar as seguradoras como aliadas neste mundo mais vulnerável e digital.

«As seguradoras, por sua vez, estão a reconsiderar o seu papel na vida dos seus clientes, ajudando-os a lidar com incidentes cibernéticos e a construir uma relação de confiança mútua e de longa data, que lhes permita garantir a sensação de que a sua identidade e dados pessoais estão protegidos», afirma.

Fruto do teletrabalhomais de metade (53%) dos entrevistados assumiram que estariam interessados em ter um seguro para a protecção do seu ciberespaço, onde os prémios estariam vinculados ao uso do software de protecção contra vírus mais recentes.

«Com o número crescente de pessoas a trabalhar de forma remota, as seguradoras devem considerar a protecção das casas dos seus clientes não apenas como activos físicos, mas também como activos digitais. As seguradoras têm de desempenhar um papel activo e prioritário na prevenção de ameaças cibernéticas, tendo em consideração que os consumidores desejam ser recompensados pelo bom comportamento e que os seus prémios reflictam com maior precisão a forma como vivem e se mantêm seguros», explica Emanuel Agostinho.

Apesar de tudo, o responsável da Accenture refere que as seguradoras não devem optar por uma estratégia que leve à competição sobre o preço. «O consumidor continua a valorizar a oferta de experiências de cliente confiáveis e personalizadas, adaptando-se a novos riscos, e as seguradoras que protegem os seus melhores interesses», finaliza.

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