Consumidores portugueses estão mais exigentes com marcas: Experiência supera preço na hora de decidir
Como se mede a satisfação dos consumidores? Numa altura em que os consumidores estão cada vez mais exigentes, as marcas que não conseguem acompanhar as expectativas correm o risco de ser deixadas para trás e, por isso, é importante que saibam dar resposta aos seus clientes.
Com base nessa necessidade, o “X Index’24 – Uma nova equação de C: Ir além das expectativas”, estudo anual do grupo Havas CX, analisa os fatores críticos que influenciam a satisfação dos consumidores, identificando pontos-chave para que as marcas possam melhorar e manter os seus clientes satisfeitos.
De acordo com Erik Lassche, CEO da Fullsix, “48% dos consumidores assinalam um declínio de poder de compra, o que resulta numa tendência crescente de ter de fazer concessões devido a constrangimentos financeiros”, e os esforços para fornecer uma experiência de consumidor “excecional nunca foram tão altos”.
Mas porquê? “Porque os consumidores estão mais exigentes do que nunca e demonstram vontade de abandonar as marcas, não só por pressões inflacionárias, mas também por más experiências”, responde o CEO da Fullsix.
“Um número médio surpreendente (59%) das pessoas, globalmente, afirma que já deixou de comprar uma marca devido a uma má experiência. E quando olhamos para Portugal em detalhe, ficamos ainda mais surpreendidos”, sublinha ainda na análise que faz ao próprio estudo.
Nesse sentido, as marcas devem “repensar a sua abordagem, procurando integrar funcionalidade, envolvimento emocional e ir além das expetativas”, pois só combinando esses três elementos poderão ter sucesso.
De acordo com o estudo X Index, 82% dos consumidores portugueses já abandonaram marcas devido a más experiências, superando até mesmo o impacto da subida de preços.
Ainda assim, é inegável que o comportamento dos consumidores é amplamente influenciado por fatores económicos e financeiros, com um cenário particularmente crítico em Portugal, com 77% dos consumidores a destacar a subida de preço como fator de desistência na aquisição de produtos de uma marca.
O estudo, que entrevistou 55 mil pessoas e avaliou 525 marcas em nove países, incluindo Portugal, aponta que os consumidores esperam que as marcas superem consistentemente as suas expectativas. A eficiência funcional, como “não perder tempo” e respostas rápidas, surge como uma exigência básica. Contudo, as marcas que combinam eficiência com inovação e envolvimento emocional destacam-se, conquistando maior lealdade.
Em Portugal, foram analisadas 50 marcas de 15 categorias, destacando-se a Apple, Samsung, Revolut e IKEA no Top 10. O sucesso das líderes reflete a capacidade de surpreender e oferecer experiências hiperpersonalizadas, indo além do esperado em cada interação.
Com os consumidores mais propensos a abandonar marcas que não ofereçam uma experiência de excelência, investir em inovação e criar valor emocional tornou-se essencial para a sobrevivência e crescimento no mercado português.
Como irem além das expectativas?
- “Nunca subestime o poder da surpresa. Toda a jornada de CX que recebe uma onda inesperada de satisfação tem mais potencial para ser memorável.”
- “A inovação não diferencia apenas as marcas dos concorrentes, cria também satisfação do cliente através da personalização. Se uma marca não inovar e estimular os seus clientes, estes encontrarão outra marca que faça isso.”
- “Os consumidores sabem o quão valiosos são os seus dados, por isso, em troca as marcas devem incentivar a fornecê-los. E quanto mais os consumidores dão, mais esperam. Programas de fidelização hiperpersonalizados estão em alta.”
Para se diferenciarem verdadeiramente, “as marcas precisam de ir mais além do que é esperado, sendo o fator ‘esta marca supera as minhas expectativas’, independentemente do país, o mais valorizado pelos consumidores”.