Consumidores não viram as costas às marcas: lealdade aumenta em tempo de crise
O que é que acontece quando a inflação sobe, o orçamento recua e o número de produtos na cesta das compras também diminui? Será que os consumidores se mantêm fiéis às suas marcas de eleição? Um estudo elaborado pela Brand Keys sugere que sim.
Com base na realidade dos Estados Unidos da América, onde não foi declarada oficialmente uma recessão embora 68% dos consumidores considere que é essa a realidade, o estudo mostra que a lealdade aumenta em cenários de crise económica.
«Disrupções nas cadeias de abastecimento, inventários em baixo e a inflação logicamente afectam as vendas. A lealdade é um paradigma totalmente diferente e opera também de forma diferente», explica Robert Passikoff, fundador e presidente da Brand Keys. Segundo o responsável, há que distinguir disponibilidade na prateleira e acessibilidade em termos de preço da questão da lealdade.
Robert Passikoff sublinha que, apesar de não conseguirem controlar a economia, os consumidores conseguem, sim, gerir a sua lealdade. «A lealdade a uma marca nunca é sobre preço», garante. «É o engajamento emocional que assegura a compra futura», está relacionado com a capacidade de uma marca cumprir as expectativas do consumidor – neste caso, no contexto de recessão ou crise.
Como resultado, «a recessão – ou a percepção dos consumidores de uma recessão – tornou-se o mercado de teste perfeito para a lealdade de marca». De acordo com o presidente da Brand Keys, enquanto uma recessão pode forçar os consumidores a ajustarem os seus gastos ou a comprar uma marca alternativa, não afecta a sua lealdade para com determinada insígnia.
Por categorias, verifica-se que 44% regista níveis crescentes de lealdade em tempo de recessão. São elas: vestuário, automóvel, cuidados de beleza, bebidas alcoólicas, computadores, fast food, calçado, saúde, produtos de limpeza para a casa, bens de luxo, produtos de papel, cuidados pessoais, alimentação para animais, snacks, tecnologia e videojogos.
Por outro lado, as categorias referentes a companhias aéreas, electrodomésticos, bebidas não alcoólicas, cartões de crédito, electrónica, combustíveis, hotéis, seguros, investimento, online, farmacêuticas, refeições casuais, retalho, streaming de vídeo e utilities viram a lealdade descer.