«Conhecer o passado para melhorar o futuro»
O canal História está a comemorar 20 anos e, para assinalar a data, escolheu 20 momentos-chave da História da Humanidade que serão exibidos em programas no canal e que levarão os espectadores numa viagem da Pré-História à actualidade. A partir de amanhã, 20 de Março, será feita uma visita aos nossos antepassados Neandertais, às pirâmides, teatros e coliseus, serão descobertos novos mundos e culturas e será revivido o desenvolvimento científico e industrial. «Acreditamos que só investigando e conhecendo o passado, o ser humano tem a capacidade de agir no presente para melhorar o futuro», comenta Carolina Godayol, directora-geral do The History Channel Ibéria.
A juntar a esses momentos-chave, o canal exibirá ao longo do ano 20 peças de produção própria, nas quais participaram 20 personalidades portuguesas de diferentes áreas, como a especialista em Educação Financeira – MoneyLab, Bárbara Barroso, a investigadora do Instituto de Medicina Molecular, Diana Prata, o médico e presidente da AMI, Fernando Nobre, o presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, Francisco George, o presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, Paulo Ferrão, e o presidente do Grupo Nabeiro – Delta Cafés, Rui Nabeiro. Em entrevista à Marketeer, Carolina Godayol faz um balanço do passado e perspectiva o futuro do canal.
Nestes 20 anos de História, quais os três momentos mais relevantes para o canal e porquê?
Um dos momentos mais relevantes para o História foi o desdobramento do sinal em Março de 2012. Isso permitiu-nos criar uma programação específica adequada ao gosto dos espectadores portugueses, com foco especial na produção própria e nos programas que funcionam melhor em grelha.
Outro dos momentos mais importantes foi a evolução do formato tradicional de documentários, dos quais “A Maldição de Oak Island” e o “Preço da História” são padrões máximos. Tanto é assim que “O Preço da História” foi o programa mais visto em 2018.
E o último momento importante para o canal é a comemoração do 20.º aniversário que vamos celebrar com todas as operadoras, que sempre nos apoiaram e, graças à sua divulgação, conseguimos atingir mais de 10,5 milhões de espectadores.
Hoje, o História é um canal bem diferente daquele que se apresentou há 20 anos. Porquê esta mudança?
Estamos num momento diferente do que vivíamos há 20 anos. Passámos de um tom académico para o entretenimento, o que se traduziu em diferentes formatos para ensinar história como “documentário, minissérie, docudrama ou factual”. Estamos no mundo do entretenimento e uma das características que fazem parte do ADN do História é a capacidade que temos de divulgar o conhecimento e de entreter. Quero enfatizar a área da produção própria. Somos o único canal no segmento documental da televisão por cabo que faz a sua própria produção numa base regular, tanto em Portugal como em Espanha. É um compromisso para com os espectadores e parte fundamental da nossa estratégia, no sentido que nos diferencia dos outros canais da concorrência. O canal História está actualmente consolidado como um canal de referência no campo do documentário e no campo da produção própria.
Nos últimos cinco anos, o canal triplicou a audiência. O que ditou esse crescimento?
Em Portugal, o canal é distribuído pelas principais operadoras – Meo, Nos, Nowo e Vodafone que nos têm apoiado e ajudado a continuar a crescer. Nos últimos 20 anos, mais de 10,5 milhões de espectadores portugueses tiveram contacto com os conteúdos do canal.
Por um lado, o História é um canal já bem estabelecido e apreciado pela audiência portuguesa. É um canal que temos vindo a trabalhar muito para conseguirmos partilhar conhecimento de forma divertida junto do público português, através das activações/experiências de marca que proporcionamos de forma regular. Por outro lado, os novos hábitos de consumo de televisão, fizeram com que o canal evoluísse com novas propostas nos últimos anos, nomeadamente no desenvolvimento e produção de conteúdos portugueses, de elevada qualidade.
Ainda há espaço para fazer crescer a audiência? De que modo?
Somos um canal que está constantemente à procura de novos formatos, novas fórmulas e diferentes pontos de vista que nos permitam continuar a aprender com o passado para entender melhor o presente. E dentro do nosso plano de tornar o História uma marca ainda mais imprescindível, a transmissão de séries dramáticas de grande êxito internacional é uma possibilidade real no futuro.
Quais as grandes diferenças em termos de consumo de programas televisivos entre os espectadores portugueses e os espanhóis?
São mercados muito distintos em que o mesmo conteúdo nem sempre funciona. Acreditamos que os espectadores consomem o História com a mesma curiosidade, procurando respostas para as grandes questões universais. Tudo isso sem perder o ponto de vista lúdico, isto é, aprender enquanto se entretém. No caso de Portugal, a programação é ajustada aos gostos portugueses em diferentes faixas de emissão, embora os melhores conteúdos geralmente funcionem bem em ambos os países.
No caso da produção local, no História fazemos uma grande aposta nas temáticas puramente portuguesas. As produções locais funcionam extraordinariamente bem no mercado português. Também já aconteceu que produções criadas para o público português, como o “Portugal Desconhecido”, o ano passado, tivessem uma grande aceitação e performance no mercado espanhol.
Quais os programas que nestes 20 anos foram mais vistos pelos portugueses?
Em termos de produção própria, destacamos “As Faces de Fátima”, “Templários” e os especiais produzidos em 2017 e 2018 de “Portugal Desconhecido”. Em termos de produções internacionais de grande êxito, “O Preço da História”, “A Maldição de Oak Island” e “Forjado no Fogo” foram os títulos mais assistidos pelos portugueses.
A aposta em conteúdos locais é para continuar?
Com mais de 150 horas dedicadas a produções próprias durante os 20 anos, em Portugal, desde 2015, 5 das 6 séries mais vistas do História foram de produção própria. Durante as duas décadas, foram emitidas mais de 172.000 horas de conteúdos distribuídos em mais de 1.800 títulos, dos quais mais de 100 títulos foram produzidos localmente e são sobre conteúdos portugueses pensados para aproximar o público português ao canal. Pretendemos continuar este caminho e já temos um projecto ambicioso de produção própria em desenvolvimento relacionado com a História de Portugal com estreia prevista ainda em 2019.
De que forma os 20 anos do canal em Portugal estão a ser assinalados?
O canal emitirá uma programação especial exclusiva focada em 20 momentos da História que marcaram o futuro da humanidade desde a Pré-História até à actualidade, para poder actuar no presente e melhorar o futuro. A programação especial arranca no dia 20 de Março, às 22h15 com a estreia de “O Último Neanderthal”, uma superprodução sobre esses primatas que, apesar das condições duras e adversas do planeta, se conseguiram adaptar e dominar o reino animal.
“A II Guerra Mundial Desconhecida”, “Leonardo e o retrato perdido”, “Pasteur e Koch, a carreira contra os micróbios”, “Matar uma Rainha”, “A História de Gulag”, entre outros títulos juntam-se ainda à programação especial dos 20 anos, incluindo também 20 peças de produção própria, das quais participaram 20 personalidades portuguesas.
Texto de Maria João Lima