Comunicação Política: 7 passos infalíveis para uma campanha eleitoral de sucesso
Por Raquel Garcez Pacheco, consultora de comunicação e directora-geral da COMUNICAR-se – Agência de Comunicação
Fazer política é, sobretudo, saber comunicar. Um candidato consciente sabe, ou deveria saber, que o tempo das campanhas de improviso acabou. Actualmente, as campanhas estão, cada vez mais, programadas ao pormenor e a comunicação é gerida por profissionais da área, especialmente as vencedoras.
Um bom consultor de comunicação terá a capacidade para estruturar e orientar o candidato sobre toda a mecânica do processo de campanha: o planeamento, a estratégia, a equipa, a imagem, o marketing pessoal e de relacionamento, como se posicionar politicamente, qual a melhor tónica do discurso, que mensagens de propaganda deve transmitir. Saberá, sobretudo, explorar e transformar a comunicação em proximidade ao eleitorado e em reputação positiva.
Inegável é que, ao poder da Comunicação deve juntar-se a engenharia do Marketing Político Eleitoral. Isto é, numa campanha, o marketing é a ciência que vai orientar todo o aparelho e todos os esforços na direcção certa, definindo como e quando comunicar as propostas com maior eficiência. Tudo para posicionar o candidato como a melhor opção de voto.
Portanto, e porque não há truques de magia, para uma campanha eleitoral de sucesso, aconselha-se que qualquer candidatura passe, obrigatoriamente, por um processo que se divide em pré-campanha (os três primeiros pontos) e a campanha propriamente dita. Eis os 7 passos fundamentais:
1 – Candidato
É importante definir Missão, Visão e Valores (MVV) do candidato, com o intuito de posicioná-lo dentro de um espectro político. Sabemos que nem tudo agrada a todos, por isso, é importante ser o mais eficiente possível para atingir, converter e conquistar quem se interessa pelo discurso e pelas ideias do candidato.
2 – Público
O candidato deve estar bem informado para poder identificar e reconhecer o seu público-alvo e assim interagir positivamente com o mesmo. Saber relacionar-se, cativando, requer preparação.
3 – Desejo
É fundamental que o candidato – e o seu aparelho de candidatura – conheçam antecipadamente as necessidades do segmento onde estão inseridos e o seu eleitorado. Auscultar os medos, recolher aspirações, analisar estilos de vida e registar o que pensam as pessoas é um trabalho de pré-campanha. Estar ciente das preocupações que lhe chegarão, no terreno de campanha, é estar apto a marcar pontos, apresentando soluções para satisfazer esses desejos.
4 – Propostas
Feito o trabalho de levantamento, onde a equipa ouviu e recolheu preocupações e ambições, é altura de elaborar as propostas que vão ao encontro das necessidades do segmento que se propõe a representar.
5 – Comunicar
A marca da campanha e o discurso do candidato devem estar intrinsecamente relacionados e sintonizados. Essa marca também deve estar em sintonia com toda a identidade visual utilizada em cartazes, publicações em redes sociais e outros meios. Os métodos de comunicação podem variar, com o intuito de atingir o maior número de eleitores, mas deve-se manter o conceito de unidade da identidade e uniformização da mensagem. Articulada a identidade da campanha, deve-se definir a tónica do discurso que servirá para comunicar as linhas de acção, ou seja, as propostas da candidatura que chegarão ao público e que deverão ser divulgadas da forma mais eficiente, positiva e assertiva possível. Esta informação deve ser sempre simples, directa, coesa e apresentar respostas/soluções.
6 – Posicionar
Durante a comunicação e as acções de campanha, o candidato deve apresentar-se como um líder próximo do seu público, motivado em representar o seu eleitorado e interessado em resolver os problemas daquele segmento específico, posicionando-se, sempre, como a melhor opção de voto.
7 – Consolidar
Mais uma vez, a comunicação assume-se como uma ferramenta poderosa na consolidação do perfil do candidato (nome, marca e imagem) que é construído ao longo da campanha. Consolidar é, então: comunicar sempre com persuasão inteligível e emocional. Seduzir o eleitorado pelos discursos em eventos. Criar acções de contacto directo e marcar um posicionamento de proximidade. Consolidar é garantir o voto até ao dia das eleições.
Por detrás de um forte candidato, está sempre um assessor de comunicação competente.