Como vai o ChatGPT transformar o sector da Saúde?

Apesar de recente, o ChatGPT – Chat Generative Pre-Trained Transformer tem vindo a impactar uma série de áreas, desde o marketing de conteúdos ao serviço ao consumidor, passando por um vasto conjunto de negócios. É inevitável que esta inteligência artificial venha também, em breve, a revolucionar o sector da Saúde, uma área onde tem um “potencial tremendo de crescimento”, segundo a revista “Nature Medicine”.

De acordo com a publicação britânica especializada em Medicina, o ChatGPT e outros grandes modelos de linguagem poderão vir a “melhorar a prestação de cuidados de saúde e a qualidade de vida dos pacientes”. Como? Através da aprendizagem e produção de linguagem que poderá ajudar os pacientes, por exemplo, a comunicarem com os prestadores de saúde e a compreenderem melhor a prescrição médica, ao tornar a terminologia ténica mais fácil de entender.

Os modelos de linguagem poderão ainda ter utilidade terapêutica, por exemplo, no tratamento de pacientes que sofrem de distúrbios de fala, como a afasia. “Poderão ser ferramentas úteis de medicina personalizada. Por exemplo, os pacientes com doenças neurodegenerativas podem perder a capacidade de comunicar através da fala e perder progressivamente o seu vocabulário, o que pode piorar o isolamento social e acelerar o processo degenerativo”, sublinha a “Nature Medicine”. “Os modelos de linguagem podem ajudar estes pacientes a expandirem o seu vocabulário e a compreenderem melhor a informação. Podem fazê-lo ao complementar a linguagem com outros meios de comunicação ou ao reduzir a complexidade dos inputs que os pacientes recebem. Em qualquer dos casos, o algoritmo seria especificamente personalizado às necessidades de cada paciente”, acrescenta a publicação.

Esta tecnologia poderá ainda vir a desempenhar um papel importante no desenvolvimento de interfaces cérebro-computador, que são desenhadas para descodificar os sinais do cérebro e permitem, por exemplo, a pessoas com problemas de fala pensarem em letras e vê-las aparecer escritas num ecrã de computador.

Contudo, a revista “Nature Medicine” frisa que “apesar de o seu potencial ser enorme”, a maioria dos grandes modelos de linguagem já desenvolvidos para o sector da Saúde “ainda não estão prontos”. Além disso, alerta, tecnologias como o ChatGPT representam ainda um risco, porque podem levar cada vez mais pessoas a procurarem o auto-diagnóstico.

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