Como estão as multinacionais a reagir à guerra na Ucrânia? Da Disney à H&M

Desde que a guerra na Ucrânia começou, na madrugada do passado dia 24 de Fevereiro, várias marcas internacionais fizeram questão de deixar clara a sua posição em relação à situação ao suspenderem as suas operações ou deixarem de disponibilizar serviços e produtos na Rússia. Apple, Meta, Google e BP são algumas das insígnias que fazem parte da lista. Em baixo, damos a conhecer estas e outras que, até ao momento, optaram por cortar relações com o país invasor.

Automóveis

No sector automóvel, a Ford parou, esta terça-feira, todas as operações em três cidades e a General Motors, detentora das marcas Buick, Cadillac, Chevrolet e Pontiac, suspendeu as exportações para a Rússia. A japonesa Toyota, por seu turno, optou por parar a produção automóvel na Rússia, assim como a importação de carros.

“Tal como o resto do mundo, a Toyota está atenta aos desenvolvimentos na Ucrânia e preocupa-se com a segurança da população ucraniana. Esperamos um retorno célere à paz”, refere a marca, em comunicado. A Volkswgaen segue a mesma linha de acção, suspendendo a produção e a exportação para o país. “O Grupo Volkswagen está a par das notícias sobre a Ucrânia. Esta decisão aplica-se aos locais de produção russos em Kaluga e Nizhny Novgorod”, anuncia a marca, citada pela CNN Business.

Aviação

No que toca à aviação, a norte-americana Boeing e a europeia Airbus suspenderam o apoio às linhas aéreas da Rússia. Um porta-voz da primeira insígnia confirma, de acordo com a CNN Business, que o suporte técnico seria cessado e que iriam suspender grande parte das operações naquele território, além de fecharem temporariamente o escritório da empresa em Kiev.

Grandes tecnológicas

As tecnológicas, por seu turno, foram das primeiras empresas a nível mundial a anunciar a sua posição, restringindo de alguma forma o acesso aos serviços das suas plataformas. A Meta liderou esta decisão, impedindo os media estatais russos – RT e Sputnik – de obter lucro financeiro através de anúncios incorporados na rede social Facebook.

Com medidas semelhantes seguiram-se o YouTube e a Google, na qual se inclui o Google Maps que, numa tentativa de ajudar a proteger a população ucraniana, desactivou as funcionalidades de trânsito em tempo real e de afluência em espaços comerciais. Já o Twitter refere “reduzir a visibilidade e amplificação do conteúdo dos media estatais russos”.

O Spotify fechou a sua sede na Rússia e restringiu os programas detidos e administrados por media ligados ao governo russo. Além disso, a plataforma de streaming áudio retirou todo o conteúdo da RT e da Sputnik da plataforma em território europeu e noutras regiões do planeta. Da mesma forma, a Roku, empresa de dispositivos de streaming, baniu a RT no mundo inteiro, enquanto a Airbnb suspendeu todas as operações na Rússia e na Bielorrússia.

Já a Netflix, que, para poder continuar a operar no país invasor, teria de, a partir de Março, incluir no catálogo 20 canais estatais, deixar de disponibilizar conteúdo “extremistas” e rotular os programas LGBTQ, revela agora que se recusa a fazê-lo. «Dada a actual situação, não temos qualquer intenção de incluir os canais», afirma um porta-voz à CNN Business.

Energéticas

No sector energético, a BP, a Equinor e a Shell vão iniciar a retirada das respectivas joint-ventures das quais fazem parte. A Exxon afirma que vai deixar o último projecto na Rússia ao qual pertencia, pondo fim a uma parceria com mais de 25 anos. A TotalEnergies compromete-se a não financiar mais nenhum projecto no país.

Entretenimento

A Disney e a WarnerMedia já não vão estrear títulos cinematográficos na Rússia, nomeadamente “Doctor Strange in The Multiverse of Madness” e “Lightyear”, da primeira, e “The Batman”, da segunda. «Faremos uma reavaliação da decisão com base no evoluir da situação», afirma um porta-voz da Disney.

Retalho

“Profundamente preocupada com os desenvolvimentos trágicos na Ucrânia”, a H&M optou por deixar de vender os seus produtos na Rússia e já encerrou todas as lojas na Ucrânia. As 17 lojas da IKEA também já encerraram portas e o fornecimento de bens para a Bielorrússia foi suspenso. A empresa revela que cerca de 15 mil colaboradores serão afectados pela decisão, embora o retalhista assuma os encargos financeiros dos ordenados durante algum tempo.

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