Renault: «Comprar carro não é uma prioridade»

O mercado automóvel registou uma quebra de mais de 85% nas vendas, no passado mês de Abril. O número é apontado por Fabrice Crevola, administrador-delegado da Renault Portugal, que alerta para um desaparecimento das vendas: «É uma crise que nunca vivemos e que era impossível de prever.»

Em conversa com M.ª João Vieira Pinto, directora de redacção da revista Marketeer, o responsável da fabricante francesa sublinha que o foco tem estado na segurança e na protecção, que motivaram a transição para o teletrabalho logo a 15 de Março. O passo seguinte envolveu tomar medidas no sentido de apoiar os concessionários.

«No início, achámos que podia ser uma crise bastante curta. Infelizmente, agora já sabemos que não é bem o caso», confessa Fabrice Crevola. Tiveram, por isso, de prolongar as medidas de apoio promovidas e avançar com outras iniciativas, nomeadamente o empréstimo de carros a entidades de saúde.

Quanto ao futuro (ou já o presente) da compra de um novo automóvel, o administrador-delegado admite que não será a prioridade dos portugueses. «Há quem pode precisar, mas é verdade que de uma forma geral não é a prioridade e é normal», nota o responsável, acrescentando que o comércio electrónico poderá ser um caminho, embora não o mais natural para o sector. Os consumidores gostam de experimentar, tocar e conhecer bem o veículo ao vivo antes de avançar com o investimento.

«Não é uma compra banal», lembra Fabrice Crevola, vincando ainda que um carro poderá acompanhar a mesma pessoa 10 ou 12 anos. Há também que ter em conta a componente emocional associada a este tipo de aquisição.

Ainda assim, a Renault tem desenvolvido algumas iniciativas dirigidas ao ambiente online e a crise que se vive serviu de alavanca para acelerar esse processo. Acompanhe toda a conversa e o trabalho desenvolvido pela Renault no mercado nacional através do vídeo em baixo:

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