Como é que as marcas vão vender no futuro?

martin_lindstromA indústria de marketing do futuro terá que passar pelo controlo do word of mouth. Quem o defende é Martin Lindstrom, em conversa com a marketeer.

Há mais de duas décadas que Martin Lindstrom investe tempo e dinheiro no estudo das marcas. Não é de estranhar, tendo em conta que as suas aventuras começaram quanto tinha apenas 12 anos e decidiu fundar a sua própria agência de publicidade. Já foi chief operational officer da British Telecom, fundador e CEO da BBDO Interactive Ásia e co-fundador da BBDO Interactive Europe. E no seu leque de clientes pontuam uma Disney, Microsoft, American Express, Pepsi, Kellogg’s ou Mercedes-Benz.

É controverso e emocional. Gosta de experimentar e de fazer pensar. E defende que ainda continua a haver um grande caminho a percorrer por parte das marcas para perceberem que o branding é muito mais que a simples construção de um logótipo!

Há dois anos, Martin Lindstrom esteve em Portugal. A Marketeer entrevistou-o, tendo o resultado da conversa sido publicado na edição de Outubro de 2008. Dois anos volvidos, e o desafio a Martin passou por lhe dirigir algumas dessas mesmas perguntas a que já tinha respondido em 2008. Para perceber até que ponto houve alguma evolução no seu pensamento.

Conheça agora as eventuais diferenças…

Defende que as marcas são criadas “na mente dos consumidores”. O que quer dizer com isso?

2008

As marcas são emoções e as emoções têm lugar na nossa mente. Assim, quanto mais sensações emocionais os produtos conseguirem criar na mente dos consumidores, mais fortes se tornam.

2010

A escolha das marcas, cada vez mais, reflecte a auto-confiança dos consumidores. E posso contar-lhe uma história real. Há uns anos comprei um Rolex, e comprei-o porque não tinha confiança própria. Esta foi uma forma que encontrei de mostrar ao mundo: “Consegui!”. E apercebi-me que é assim que as marcas funcionam. Compram-se coisas para mostrar ao mundo de que forma se quer ser visto.

Ao comprar este Rolex apercebi-me que não era só porque gostava dele, mas porque queria mostrar que tinha conseguido comprá-lo. Não é por uma questão de design ou porque dá horas melhor que qualquer outro. Fi-lo apenas por uma questão de conquista de auto-confiança. À medida que mais auto-estima e confiança própria se tem, menos marcas se compram. E este é um exercício que acontece na mente do consumidor.

É um facto para todas as marcas.

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