Comércio de rua cresce em Lisboa e no Porto

Em Lisboa, desde 2007, a oferta no campo do comércio de rua registou um crescimento de 25% em área e de 16% em número de estabelecimentos. Actualmente, as zonas mais tradicionais da cidade apresentam uma oferta de 198 mil metros quadrados, distribuídos por mais de mil lojas.

Os Restauradores e o Rossio são as zonas que mais cresceram, na última década, verificando-se uma subida de 50%. Seguem-se Avenida da Liberdade e Baixa, com aumentos de 39 e 20%, respectivamente. Destaque ainda para as Avenidas Novas, Cais do Sodré, Parque das Nações e Príncipe Real.

Estas são algumas das conclusões da primeira edição do estudo “Retalho em Portugal” da Cushman & Wakefield, que abrange também a cidade do Porto. Na Invicta, o comércio de rua regista também um forte dinamismo, de acordo com a análise: a oferta soma, hoje, 148 mil metros quadrados e aproximadamente 600 lojas. Desde 2007, o crescimento foi de 13% em área e de 27% em número de lojas.

Baixa e Clérigos são as zonas mais relevantes no Porto, mas também a Cedofeita, Eixo das Flores/Mouzinho da Silveira e Ribeira têm uma palavra a dizer.

Centros comerciais com crescimento limitado

De acordo com o mesmo estudo, as taxas de crescimento da oferta de centros comerciais abrandaram a partir de 2010 e, hoje, o potencial de crescimento é mais limitado. A maturidade do sector justifica este cenário.

Actualmente, Portugal conta com 3,1 milhões de metros quadrados correspondentes a centros comerciais, num total de 119 unidades. Perante estes dados, a densidade comercial no País é de 281 metros quadrados por mil habitantes, acima da média da União Europeia (240 metros quadrados por mil habitantes).

Apesar do abrandamento no crescimento da oferta, os centros comerciais portugueses apresentam um crescimento nas vendas de 9,8% em volume e de 3,6% em visitantes, no terceiro trimestre do ano passado.

Quadro geral

Nos últimos 15 anos, o sector do retalho contribuiu para atrair mais de 6,7 mil milhões de euros de investimento imobiliário directo para o mercado português: metade de todo o investimento feito em imobiliário comercial no nosso País, de acordo com a Cushman & Wakefield.

Entre 2015 e 2017, abriram 1600 novas lojas (57% em centros comerciais e 30% em comércio de rua). A moda concentrou 28% da área transaccionada, mas a restauração dominou com 544 novas unidades a abrirem neste período (34% do total).

O estudo revela, ainda, que os valores de mercado acompanharam a evolução muito positiva de procura: desde 2013, as rendas em espaços de retalho valorizaram em média 53%. A Rua de Santa Catarina (Porto) e a Rua Augusta (Lisboa) viram as rendas subir 100 e 81%, respectivamente.

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