Coca-Cola e Pepsi rotuladas de “perigo oncológico”

coca-cola-vs-pepsiNa sequência de um estudo divulgado pelo Center for Science in the Public Interest (CSPI), que alerta para a existência de uma substância potencialmente cancerígena nos refrigerantes Coca-Cola e Pepsi, as marcas decidiram alterar as suas receitas na Califórnia, para obedecer à lei imposta naquele estado norte-americano, que exigia a colocação de um rótulo de perigo oncológico. O regulador do sector alimentar e farmacêutico dos Estados Unidos nega qualquer risco para os consumidores.

A substância em causa é o 4-metilimidazol (4-MI), também conhecida como corante de caramelo. Segundo um estudo do CSPI, uma associação americana de desfesa do consumidor, os refrigerantes Pepsi, detidos pela PepsiCo, contêm entre 145 e 153 microgramas desta substância, enquanto as latas de Coca-Cola possuem entre 142 e 146 microgramas, tanto nas versões normais como nas “light”. Estes níveis são muito superiores ao permitido no estado da Califórnia, que estabelece um limite de 29 microgramas de 4-MI.

“A Coca-Cola e a Pepsi estão, com o consentimento da FDA [Food and Drug Administration, a autoridade que regula o sector alimentar e farmacêutico nos EUA], a expôr desnecessariamente milhões de americanos a um químico que causa cancro”, acusa Michael F. Jacobson, director executivo do CSPI, acrescentado que a substância tem apenas efeitos “cosméticos, e não acrescenta nada ao sabor dos produtos”.

De acordo com a lei californiana, qualquer produto alimentar que ultrapasse os 29 microgramas de 4-MI deve exibir um rótulo nas embalagens que alerte para os perigos oncológicos. Para evitar esta acção, a Coca-Cola e a Pepsi já decidiram mudar voluntariamente as receitas dos seus produtos naquele estado, diminuíndo os níveis de corante de caramelo para o máximo exigido por lei.

O CSPI enviou um pedido à FDA (repetindo um acção interposta no ano passado), solicitando que o regulador proíba o uso, nos refrigerantes identificados, desta substância, que já está catalogada como cancerígena em animais. Mas, de acordo com a autoridade reguladora, não está provado que o 4-MI impacte da mesma forma os seres humanos. “Um consumidor teria de consumir mais de mil latas de refrigerantes por dia para suportar as doses [de 4-MI] administradas” a ratos em laboratório, garante um porta-voz da FDA, citado pela agência Reuters.

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