Coca-Cola e Impact Hub dizem ‘Bora Mulheres
Já são conhecidos os quatro projectos vencedores da 6.ª edição do ‘Bora Mulheres, o programa de empreendedorismo no feminino promovido pela Coca-Cola com o apoio do Impact Hub.
O programa ‘Bora Mulheres foi criado com o objectivo de reduzir as desigualdades de género no mundo do empreendedorismo, capacitando as mulheres a transformarem as suas ideias de negócio em projectos sustentáveis. A edição deste ano arrancou em Março com um um bootcamp de formação online que reuniu mais de 700 mulheres empreendedoras, durante três dias. Na segunda fase, entre as 160 candidaturas, foram selecionados 16 projectos para o processo de aceleração, que puderam assim beneficiar de formações especializadas, mentoria e preparação do pitch.
Agora, a Coca-Cola e o Impact Hub anunciam os quatro projectos vencedores da edição deste ano: TitaCatita Afrominds, de Isa e Bárbara Almeida; Farm Akademy, de Sofia Oliveira; Kacau Tom de Pele, de Elisabete Oliveira; e SAN PI, de Inês São Pedro.
Em entrevista à Marketeer, Elena Anton, gestora do programa ‘Bora Mulheres na Impact Hub Lisbon, aborda os objectivos deste programa, traça o balanço desta edição e aponta já o caminho à próxima.
Em que contexto e com que objectivos surgiu o projecto ‘Bora Mulheres?
O programa ‘Bora Mulheres nasceu no contexto dos compromissos de sustentabilidade da Coca-Cola, que visa criar um impacto positivo nas comunidades onde opera, com a promoção da inclusão e o desenvolvimento económico, por via da quebra de barreiras à entrada no mercado de trabalho. Nesse sentido, o Impact Hub Lisbon facilita o programa. Desde a 1ª edição do ‘Bora Mulheres que temos trabalhado com a Coca-Cola para oferecer um programa de formação intensivo, que não só capacite as participantes, mas também as integre numa comunidade de apoio mútuo, onde podem partilhar desafios e sucessos.
Se considerarmos que o ecossistema de empreendedorismo em Portugal enfrenta disparidades de género, as mulheres enfrentam desafios significativos quando querem iniciar e expandir os seus negócios. Estes desafios incluem muitas vezes o acesso limitado à formação especializada, redes de contacto, oportunidades de investimento e financiamento, enquanto frequentemente desempenham múltiplos papéis na sociedade, incluindo o de cuidadoras não remuneradas, o que restringe ainda mais o tempo e recursos para se dedicarem aos seus projectos.
O ‘Bora Mulheres foi criado precisamente para quebrar essas barreiras e dar autonomia às mulheres, ao fornecer-lhes as ferramentas, o conhecimento e o apoio necessários para que possam transformar as suas ideias em negócios sustentáveis e de sucesso. Ao longo destas seis edições, o programa tem evoluído positivamente, para melhor responder às necessidades das participantes, passando de uma formação presencial para um modelo digital que possibilita o acesso a partir de qualquer ponto do território nacional e ilhas, o que o torna mais acessível e inclusivo.
A quem se destina este programa?
O ‘Bora Mulheres destina-se a todas as mulheres residentes em Portugal que tenham uma ideia de negócio ou já estejam a gerir um projecto ou negócio e queiram melhorar as suas competências empreendedoras. Além da formação, muitas participantes procuram o programa pela oportunidade de se conectarem com uma comunidade de empreendedoras, o que é crucial num caminho que pode ser solitário. Todos os anos, trabalhamos para que o programa seja cada vez mais inclusivo, diverso e acessível, e que disponha de ferramentas actuais para ajudar as mulheres a encontrar bases e inspiração na sua jornada nos negócios.
Que balanço fazem da 6.ª edição do ‘Bora Mulheres?
O balanço é extremamente positivo. Esta edição trouxe inovações significativas na formação, com módulos adaptados a diferentes estágios de desenvolvimento dos projectos, o que permitiu uma maior personalização da experiência das empreendedoras. Superámos o número de participantes esperado e recebemos feedback muito positivo. Os projectos acelerados mostraram grande potencial de crescimento e sucesso, o que reflecte a alta qualidade das ideias desenvolvidas e do apoio fornecido pelo programa.
Em que consistem os quatro projectos vencedores e por que foram escolhidos?
A escolha das vencedoras é feita por via de vários critérios de avaliação contínua, para além da apresentação do pitch do projecto, que decorre no dia de Demo Day, no qual as empreendedoras dão a conhecer os seus projectos perante um júri especializado. Os critérios de avaliação são a participação, qualidade e viabilidade da ideia, capacidade de execução do projecto e a qualidade do pitch.
Este ano, os projectos vencedores são o Kacau Tom de Pele de Elisabete Moreira, a primeira marca portuguesa especializada em lingerie e acessórios cor de pele, promovendo a inclusão e a diversidade. Foi escolhida pela sua missão inovadora de desafiar padrões de beleza e criar produtos que fazem todas as mulheres sentir-se confiantes e valorizadas.
Também a Associação TitaCatita – Afrominds, de Isa e Bárbara Almeida, mereceu a nossa especial atenção. Esta é uma organização sem fins lucrativos, dedicada à afirmação de crianças e jovens africanos e afrodescendentes, ao apoiar o seu desenvolvimento académico, profissional e pessoal. Foi seleccionada pelo impacto social profundo que pretende alcançar, pela promoção do autoconhecimento e literacia financeira, entre outras áreas.
O terceiro projecto vencedor é o San Pi de Inês São Pedro, uma marca de cerâmicas de produção portuguesa, focada em criar peças intemporais e promover um consumo consciente. Este projecto destacou-se pela sua abordagem sustentável e a capacidade de transformar momentos do dia-a-dia com produtos que combinam design e funcionalidade.
Por fim, a Farm Akademy da Sofia Oliveira, a qual tem como missão cativar os futuros agricultores através de programas educativos inovadores. Foi escolhida pela sua visão de longo prazo e pelo impacto positivo na educação agrícola em Portugal.
Que acompanhamento será dado a partir daqui às vencedoras?
Os quatro projetos vencedores receberão mais 20 horas de mentoria até ao final do ano. Esta mentoria será personalizada e adaptada às suas necessidades específicas, com acompanhamento contínuo por parte do Impact Hub Lisbon, e a garantia que as empreendedoras continuam a crescer e a desenvolver os seus negócios.
Já está a ser preparada a edição do próximo ano? Que novidades serão introduzidas?
Sim, já estamos a preparar a próxima edição, que reflectirá as lições aprendidas nesta edição, com a ambição de criar uma experiência ainda melhor. Mas, antes disso, com o objectivo de aumentar o impacto positivo, temos mais surpresas para a comunidade de empreendedoras. Encontramo-nos a organizar a maior conferência de empreendedorismo feminino em Portugal, totalmente gratuita, que acontecerá em Novembro, onde iremos realçar a importância do empreendedorismo no feminino no ecossistema nacional. Fiquem, pois, atentos: em breve saberão mais detalhes.
Texto de Daniel Almeida