Cimeira de inteligência artificial de Paris será copresidida com a Índia
A cimeira sobre inteligência artificial (IA) organizada em Paris no início de fevereiro “será copresidida com a Índia”, informou hoje a ministra para a IA e digital francesa, Clara Chappaz, após o Conselho de Ministros.
O encontro, que decorre em Paris em 10 e 11 de fevereiro, denominado “Cimeira para ação sobre inteligência artificial”, será “acompanhado por uma verdadeira semana de inteligência artificial que reunirá líderes de todo o mundo, de governos, da sociedade civil, do mundo da investigação e empresarial”, acrescentou a ministra francesa, sem dar mais detalhes.
A França “deseja conseguir, no âmbito da cimeira, a criação de uma nova plataforma mundial que servirá de incubadora de inteligência artificial ao serviço do interesse geral”, indicou o Eliseu, em comunicado.
O desafio será significativo: estarão presentes cerca de uma centena de países e “mais de mil atores do setor privado e da sociedade civil de todos os continentes”, confirmou a presidência.
A França já indicou ter convidado várias personalidades políticas, entre as quais o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que confirmou a sua presença, mas nomes como o do presidente norte-americano, Donald Trump, ou o milionário Elon Musk, dono da rede social X, são esperados na lista de participantes.
Paris pode contar com a presença de vários “grandes nomes da IA”, indicou Chappaz.
Diversas personalidades de empresas especializadas em IA, como Sam Altam (OpenAI), Dario Amodei (Anthropic), Arthur Mensch (MistralAI), e membros da alemã Aleph Alpha, mas também líderes de grandes grupos da ‘tech’ como Julie Sweet (Accenture), Mitchell Baker (Mozilla) e Meredith Whittaker (Signal), além de executivos da Microsoft, confirmaram a sua participação.
A cimeira também receberá o americano-turco Daron Acemoglu, vencedor do prémio Nobel da Economia, e o britânico Demis Hassabis, laureado com o Nobel da Química pelas descobertas ligadas à IA.
Tratam-se de duas personalidades capazes de fornecer caminhos de reflexão sobre os impactos desta nova tecnologia.
Enquanto Daron Acemoglu se concentrou recentemente nas consequências económicas da automação e da IA, Demis Hassabis recomendou regulamentações “rápidas e flexíveis”, em dezembro.
“É importante que as regulamentações sejam feitas corretamente”, afirmou, na altura.
França, que há vários meses se prepara para esta reunião diplomática internacional, já adotou grandes áreas de reflexão sobre o desenvolvimento da inteligência artificial.
As discussões centrar-se-ão em vários objetivos prioritários, nomeadamente o desenvolvimento de uma IA mais sustentável (sendo esta tecnologia particularmente intensiva em energia), mais aberta e ao serviço do interesse geral, e o estabelecimento de uma governação global mais inclusiva, de acordo com o Eliseu.
Este último ponto vem acompanhado da intenção de “trazer à tona uma cartografia do sistema de governança da IA”.
No entanto, “uma iniciativa única de governação não é a solução”, esclareceu a Presidência da República, que indicou que a Parceria Global sobre Inteligência Artificial (PMIA) irá reunir-se “em formato alargado no dia 09 de fevereiro para chegar a acordo sobre um novo plano de ação para 2025”.