Cibersegurança e catástrofes naturais dominam preocupações das empresas portuguesas
O aumento da ameaça de incidentes cibernéticos (57%), o impacto das catástrofes naturais (51%) e a interrupção das operações empresariais (29%) são os principais desafios que as empresas portuguesas enfrentam segundo o Barómetro de Risco Allianz 2025. Juntam-se-lhes, ainda, as alterações climáticas (27%) e as mudanças na legislação e regulamentação (20%).
Este relatório, que analisa as preocupações de líderes empresariais e especialistas em gestão de risco, destaca ainda riscos emergentes, como o impacto das novas tecnologias (14%), que surge pela primeira vez no Top 10, e uma crescente preocupação com riscos políticos e violência (10%), como instabilidade global e conflitos.
No panorama global, os riscos seguem uma tendência semelhante, com os incidentes cibernéticos (38%) a ocupar o primeiro lugar, seguidos pelas interrupções de negócios (31%) e catástrofes naturais (29%).
Em conversa com a Marketeer, Joana Moniz, CUO Commercial & SME e membro do Comité Executivo da Allianz Portugal, explica de que forma está a seguradora a ajudar os seus clientes a mitigar esses riscos.
Como evoluíram as preocupações dos gestores portugueses face a 2024, segundo o Barómetro de Riscos da Allianz?
O Barómetro de Riscos Allianz 2025 revela que as preocupações dos gestores portugueses permanecem alinhadas com os desafios globais, destacando os incidentes cibernéticos como o principal risco identificado. Este continua a ser o risco mais citado pelas empresas em Portugal, reflectindo a crescente sofisticação dos crimes informáticos e a complexidade em proteger infraestruturas digitais.
As catástrofes naturais e a interrupção de negócios são também preocupações significativas, sublinhando a vulnerabilidade do território nacional às alterações climáticas e a necessidade de melhorar a resiliência das operações empresariais. É de notar que a percepção de risco associada às alterações climáticas subiu no ranking, reflectindo uma maior sensibilização para este tema em Portugal.
Quais as principais diferenças entre Portugal e os restantes países europeus?
De acordo com o Barómetro de Riscos Allianz 2025, uma das diferenças mais marcantes entre Portugal e outros países europeus reside na relevância atribuída às catástrofes naturais e à interrupção de negócios. Embora a cibersegurança seja uma preocupação transversal, em Portugal os riscos climáticos têm um peso significativo, dada a maior exposição a incêndios florestais, inundações e fenómenos extremos.
Em contrapartida, países com economias mais industrializadas, como Alemanha ou França, colocam maior ênfase em riscos macroeconómicos e geopolíticos, o que reflecte diferenças no contexto económico e nas prioridades empresariais.
Quais as grandes preocupações dos clientes comerciais e PME em relação aos ciberataques e como é que a Allianz está a ajudá-los a mitigar esses riscos?
Os clientes comerciais e as PME demonstram grande preocupação com a possibilidade de violações de dados que podem levar a perdas financeiras, danos reputacionais e, em alguns casos, a acções legais. Outro foco de apreensão é o impacto dos ciberataques na continuidade do negócio, que pode ser gravemente afectada por falhas operacionais ou paralisações prolongadas.
Para mitigar estes riscos, a Allianz disponibiliza o seguro Cyber, que oferece uma cobertura personalizada, abrangendo perdas financeiras, suporte na gestão de crises e assistência especializada em caso de incidentes cibernéticos. Além disso, os clientes têm acesso a consultoria especializada para análise de vulnerabilidades, implementando estratégias de cibersegurança adequadas.
Outra das preocupações dos clientes diz respeito à interrupção de negócios causada por desastres naturais. Como acautelá-las?
A Allianz Portugal ajuda os seus clientes a protegerem-se contra interrupções de negócios causadas por desastres naturais através da inclusão de coberturas específicas nas apólices de seguros patrimoniais, como inundações, tempestades, fenómenos sísmicos, entre outras.
Além disso, aconselhamos os nossos clientes a desenvolver planos de continuidade de negócios que contemplem estratégias para minimizar os impactos de eventos climáticos extremos e promovemos a diversificação da cadeia de fornecimento como uma medida preventiva.
De que forma as mudanças climáticas estão a impactar as estratégias de seguro da Allianz para clientes empresariais?
As alterações climáticas têm um impacto significativo na estratégia da Allianz, obrigando à adaptação de produtos e serviços para proteger melhor os clientes face à crescente frequência e intensidade de eventos climáticos extremos.
A Allianz tem investido em ferramentas avançadas de modelização para prever os impactos financeiros de diferentes cenários climáticos e em consultoria especializada para apoiar os clientes na modernização de infraestruturas e na avaliação da localização dos seus activos. Além disso, a Allianz está a implementar um sistema de monitorização em tempo real para comunicar com os clientes sobre eventos climáticos iminentes, ajudando-os a mitigar os riscos associados.
Em termos de regulação, quais as mudanças que deverão ter maior impacto nos clientes da Allianz em Portugal ao longo de 2025?
Entre as mudanças regulatórias com maior impacto em 2025, destaca-se a nova Norma Regulamentar sobre a Prevenção de Branqueamento de Capitais, que impõe novas obrigações de identificação e documentação.
Adicionalmente, estão previstas alterações no âmbito dos seguros de saúde, com a criação de um seguro padrão de coberturas mínimas, o que permitirá aos consumidores comparar mais facilmente as ofertas no mercado. No que respeita à cobertura de fenómenos sísmicos, aguarda-se um avanço na regulação, que poderá trazer mudanças significativas para os clientes empresariais.
2025 antevê-se como um ano com mudanças macroeconómicas e geopolíticas. Quais as estratégias da Allianz para ajudar os seus clientes?
A Allianz está a preparar-se para um cenário macroeconómico e geopolítico desafiante, com foco em tensões internacionais, inflação, políticas monetárias restritivas e potencial recessão.
A nível de produtos, a Allianz continua a disponibilizar coberturas que protegem contra danos relacionados com greves, tumultos ou conflitos armados. Além disso, conta com uma equipa global de especialistas que monitorizam os desenvolvimentos internacionais e fornecem relatórios personalizados, permitindo uma adaptação rápida às necessidades dos clientes.
Maria João Lima
* A jornalista escreve de acordo com o Antigo Acordo Ortográfico