China pode ultrapassar os EUA como maior mercado turístico na próxima década
Os Estados Unidos da América (EUA) são, de longe, o país onde o sector do turismo e viagens tem uma maior contribuição para o PIB nacional. No entanto, a China pode ameaçar a liderança norte-americana neste indicador ao longo dos próximos 10 anos, de acordo com um relatório do World Travel & Tourism Council (WTTC).
Segundo o relatório do WTTC, elaborado em parceria com a Oxford Economics, o sector do turismo e viagens teve um contributo de 1,27 biliões de dólares para o PIB norte-americano em 2021, o que representa um aumento de 22% face a 2020. Em termos percentuais, o turismo representou 5,5% da riqueza gerada pelo país no ano passado. Apesar de ser suficiente para manter os EUA no topo desta tabela, o sector continuou a sofrer as consequências da pandemia de Covid-19, tendo perdido cerca de 700 milhões de dólares em receitas face a 2019.
O relatório demonstra ainda que a China e a Alemanha mantiveram, respectivamente, o estatuto de segundo e terceiro maiores mercados turísticos a nível global. No caso da China, o sector do turismo e viagens teve uma contribuição total de cerca de 814 milhões de dólares (+4,6% face a 2020), ou 16,9%, para o PIB nacional em 2021. Já no caso da Alemanha, o sector teve um peso de 251 milhões de dólares (+6,4% em relação ao ano anterior), ou 5%, sobre a riqueza nacional.
Japão (206 milhões de dólares) e Itália (179 milhões de dólares) completam o top 5 num ranking que analisa os países que compõem o G20. Já o Reino Unido (157,5 milhões de dólares) foi o país que registou a maior quebra neste ranking, passando do 5.º lugar, em 2019, para 9.º, em 2021.
De acordo com o WTTC, face ao contexto de pandemia e às restrições que se mantiveram no ano passado, o mercado doméstico foi fundamental para a sobrevivência do turismo nas principais economias mundiais. «As economias de topo reforçaram os seus números [face a 2020] através das viagens domésticas, enquanto os números de visitantes estrangeiros quebrou», frisa o WTTC. A região Ásia-Pacífico foi particularmente afectada pelas restrições às viagens, com o Japão, por exemplo, a registar uma quebra de 90,8% das receitas relacionadas com os gastos de visitantes estrangeiros, em comparação com 2020.
As previsões do WTTC apontam ainda para uma eventual mexida no topo deste ranking nos próximos anos: o relatório perspectiva que a contribuição do turismo para o PIB chinês poderá atingir os 3,9 biliões de dólares em 2032, o que tornaria a China o maior mercado turístico a nível global. Ao longo da próxima década, a Índia poderá também destronar a Alemanha do top3, se atingir o valor projectado de 457 milhões de dólares em receitas turísticas daqui a 10 anos.