Cerca de um terço dos anúncios televisivos são emitidos para uma sala vazia

Todos os anos, o mundo (pelo menos a parte que se interessa pelo tema) fica de olhos postos não propriamente no evento desportivo em si, mas no intervalo da Super Bowl, considerado um dos grandes momentos publicitários do ano. Há marcas dispostas a pagar sete milhões de dólares por 30 segundos nos ecrãs de pelo menos 100 milhões de pessoas. Contudo, as outras que não têm a possibilidade de abrir os cordões à bolsa e oferecer essas quantias têm de se contentar com a publicidade “normal”. O problema é que, de acordo com um estudo da Universidade de Cornell, os anúncios não estão a chegar à audiência esperada.

Recorrendo a participantes voluntários e a uma solução tecnológica instalada em 1155 casas que monitoriza a presença de corpos humanos através de algoritmos de reconhecimento facial equipados com sensores infravermelhos, os investigadores conseguiram perceber se os espectadores estavam de olhos abertos a ver televisão ou não. Os resultados demonstram que quase um terço de todos os anúncios são emitidos para uma sala vazia e, nos casos em que as divisões tinham pessoas presentes, os espectadores estavam a fazer tudo menos a ver a publicidade que passava na televisão.

As conclusões retiradas variam consoante a idade: as pessoas mais velhas mostraram-se mais propensas a mudar de canal, enquanto os Millennials e a Geração Z mudaram a atenção para outros ecrãs – smartphones, tablets ou computadores.

Em alternativa, alguns participantes levantaram-se e saíram da divisão, probabilidade esta quatro vezes superior a optarem por mudar de canal. Desta forma, o estudo revela que muitos anunciantes estão a investir mais do que o retorno que vão ter, uma vez que uma parte significativa da publicidade não chegará, na prática, ao destinatário.

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