Centromarca antecipa «quebra do poder de compra ainda maior do que aquela que está já a ser sentida»

A Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca considera que a proposta do Orçamento do Estado para 2023 não atenua a perda de poder de compra das famílias portuguesas. O presidente desta associação afirma mesmo que as medidas adoptadas «antecipam uma quebra do poder de compra ainda maior do que aquela que está já a ser sentida».

Em comunicado enviado às redacções, Nuno Fernandes Thomaz sublinha que este é um problema que afecta directamente o consumo e que tem, portanto, um impacto fortemente negativo nas empresas associadas da Centromarca.

«A inflação que estamos a enfrentar ataca a economia à escala global e não se consegue controlar em Portugal ou partir de Portugal. É, por isso, crucial avançar com medidas para evitar a quebra ainda mais acentuada do poder de compra, com consequências pesadas para a economia», acrescenta.

Para a Centromarca, a proposta do Orçamento do Estado contempla bases excessivamente optimistas e apresenta medidas desafiantes. É o caso da actualização dos salários (no público e no privado) entre 2 e 4 pontos abaixo da inflação avançada pelo Governo para 2022 e da actualização das pensões abaixo da inflação, por exemplo.

A Centromarca alerta também para o Imposto Único de Circulação (IUC), o Imposto Sobre Veículos (ISV) e o Imposto Municipal sobre as Transações (IMT) actualizados em 4%, tal como o Imposto sobre o Álcool, Bebidas Alcoólicas e Bebidas Adicionadas de Açúcar (IABA).

A taxa sobre lucros extraordinários nos sectores do petróleo, gás natural, carvão e refinação a ser introduzida ainda este ano também é vista com preocupação.

Por outro lado, ainda que com limitações orçamentais existentes, a proposta introduz algumas medidas que a Centromarca considera positivas para o universo empresarial nacional, entre as quais a injecção para custos com energia, a redução selectiva do IRC, medidas de apoio à produção primária e medidas tendentes a limitar fiscalmente os efeitos relacionados com o necessário crescimento de salários.

Artigos relacionados