Caran d’Ache com edição especial Fernando Pessoa

No seguimento da sua primeira colecção de escrita de luxo dedicada a uma personalidade portuguesa que, em 2014, homenageou Fernando Pessoa, a Caran d’Ache apresenta agora a 849 Fernando Pessoa.

Com inspiração 100% portuguesa do designer gráfico Raul Reis, que nutre particular admiração pelo trabalho do poeta, a icónica peça 849 ganha agora nova vida e destaque ao homenagear um dos mais célebres escritores e poetas portugueses.

O ponto de partida para a decoração da esferográfica foram as cartas de amor trocadas entre Ofélia e Fernando Pessoa, mas a nova 849 consagra outras obras do poeta como a Mensagem e Orpheu. Raul Reis procurou ainda transmitir, através da alusão à azulejaria tradicional portuguesa, a vivência citadina do poeta durante os seus passeios entre a Baixa e o Chiado.

«O trabalho de desenvolvimento desta peça foi duplamente gratificante, quer pela possibilidade de poder trabalhar com uma marca que me fascina desde a infância, quer pelo facto de poder honrar de alguma forma aquele que considero um dos maiores, senão mesmo o maior, génio dos nossos autores literários», explica Raul Reis, sócio fundador e director criativo da agência BeNext.

Nini Jerónimo da Silva, responsável pela marca em Portugal e pela nova criação, explicou o projecto em maior detalhe à Marketeer.

Depois de em 2014 ter sido lançada uma edição de luxo com a temática de Fernando Pessoa, por que faz sentido voltar a apostar na mesma personalidade?

Fernando Pessoa apaixona-nos e é uma personalidade incontornável da Língua Portuguesa.

São edições totalmente distintas. A caneta Leman foi trabalhada de forma discreta para o mercado de luxo e esta esferográfica 849 é uma peça para o dia-a-dia que tem um enquadramento gráfico muito mais trabalhado e rico. É um espelho de muitas das coisas que nos identificam como portugueses, isto para não falar que Fernando Pessoa faz sempre sentido pelo património que representa.

São apostas e abordagens diferentes à mesma personalidade.

Quais os resultados dessa edição de luxo?

Os resultados foram positivos. Estamos na recta final para acabar com o stock que tínhamos. Podemos dizer que foi o que esperávamos.

Na altura, as duas canetas foram apresentadas como a primeira colecção de escrita de luxo dedicada a uma personalidade portuguesa. Já está a ser desenhada outra com outra personalidade?

Infelizmente, o nosso mercado de escrita de luxo não é assim tão rápido mas somos o único país com uma edição limitada da Caran d’Ache. Não queremos inundar o mercado, queremos mostrar um pouco do nosso património de preferência pela mão de excelentes designers como o Raul Reis. No mercado de luxo não temos nenhum projecto português a ser desenvolvido, mas no mercado internacional em breve teremos novidades.

Quais as características de Raul Reis que levaram a que fosse o designer gráfico escolhido para este novo lançamento?

É um designer com uma sensibilidade muito apurada, que entende o ponto vista comercial, consegue criar sem limites mas com objectivos.

O Raul é um dos meus designers gráficos de eleição em Portugal, tal como o Artur Sempere, o Ming, O castro, o Carmo ou o Gouveia… estes foram alguns com quem trabalhei ao longo dos anos e que têm características únicas. No caso da ideia para fazer uma 849 Fernando Pessoa, não tive dúvidas de que seria um projecto com a “cara” do Raul Reis. Mas o futuro trará novos caminhos e novas apostas.

Quais os motivos que levam a Caran d’Ache a apostar desta forma em Portugal?

A Caran d’Ache aposta em Portugal porque temos um mercado com um excelente potencial criativo, porque temos bom design e um pragmatismo acima da média.

Também estão a lançar edições deste género em outros países?

Na verdade, a casa-mãe já desenvolveu e continua a fazê-lo com designers como Sir Paul Smith ou Claudio Colucci, mas somos os pioneiros no desenvolvimento de edições pensadas e criadas em “casa” e não na fábrica.

Acredito que estamos perto de ver outros passos de outros países para a marca, mas temos um entendimento de parceria com a casa-mãe muito forte e estamos sempre por perto para ajudar. Costumo dizer na brincadeira que não é nada difícil…. basta trabalhar e muito!

Texto de Maria João Lima

Artigos relacionados