Campanha #VamosTocarNesteAssunto quer acabar com o tabu do cancro da próstata

Cerca de metade dos portugueses que sofrem de cancro da próstata nunca falam ou passam vários meses sem falar com a sua família sobre esta doença. A conclusão é de um estudo promovido pela Associação Portuguesa de Urologia (APU) e pela Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDP), com o apoio da farmacêutica Bayer.

O inquérito foi realizado junto de doentes com cancro da próstata e respectivos familiares. Com base nestes resultados, que demonstram que esta doença ainda é um tabu para muitas pessoas, as três entidades juntaram-se para o lançamento da campanha #VamosTocarNesteAssunto, que visa promover o aumento da literacia na área do cancro da próstata e alertar a população – especialmente os homens – para a importância de conhecer os primeiros sinais desta doença e de realizar exames periódicos a partir dos 45-50 anos.

O inquérito revela que ainda existe uma grande falta de conhecimento e literacia sobre o cancro da próstata: cerca de metade dos entrevistados (46%) avaliaram o seu nível de informação no momento do diagnóstico como sendo bastante reduzido, sendo que 26% afirmaram que não sabiam nada sobre a doença.

Ainda de acordo com o estudo, as fontes de informação mais procuradas para obter informações sobre o cancro da próstata são o médico especialista (78%), o médico de família (44%) e as associações de doentes (23%), sendo que os canais digitais são referidos por menos de 20% dos inquiridos. A informação sobre a doença (54%) e sobre as opções terapêuticas (41%) são os tipos de informação que os inquiridos consideram fazer-lhes mais falta.

Quanto ao perfil do doente, 57,5% dos doentes com cancro da próstata inquiridos deste estudo estão em situação laboral activa, sendo que 68,2% afirma ter a doença controlada.

O cancro da próstata é a doença oncológica mais frequente no homem e a terceira principal causa de morte por cancro, o que representa mais de 10% das mortes por cancro a nível global. Em Portugal, é uma doença que afecta cerca de 6000 homens por ano.

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