Randstad: Foco no valor das pessoas

A Randstad surgiu no mercado português com a assinatura “Good to know you”, que pretendia representar uma estratégia de proximidade com as pessoas. Foi desenvolvida através do conceito de loja/delegação, garantindo não apenas a experiência de quem a visitava, mas também a cobertura de todo o território nacional. «Ainda hoje mantemos essa proximidade de clientes e candidatos, muito embora tenhamos alargado os nossos canais de interacção, sempre focados na experiência e reconhecendo as assimetrias e as especificidades das várias regiões, das funções e das necessidades de cada organização e do talento», sublinha Inês Veloso, Marketing and Communications director da Randstad Portugal.

Este foco nas pessoas levou a Randstad a aumentar o portefólio para clientes e também para candidatos. Um crescimento que foi sendo feito através da aquisição de empresas que detinham o conhecimento destas soluções e também por via do crescimento interno com as suas pessoas. Hoje, assegura Inês Veloso, «somos uma “full stop shop”. Quer isto dizer que temos uma oferta completa na área da gestão de pessoas e também na área de customer care/serviço ao cliente». Estas duas áreas – que se complementam – têm uma génese comum: o valor das pessoas. E é sempre deste valor que a Randstad vai crescendo ao nível da oferta e que vai transformando o seu core, inventando o novo, cumprindo a sua missão de moldar o mundo do trabalho.

HUMAN FORWARD

O percurso da Randstad Portugal conta-se em quatro momentos-chave. O primeiro foi quando anunciou a estratégia tech and touch. «Foi o momento em que reposicionámos a nossa oferta, reconhecendo a jornada do cliente e do talento, o que pode ser digitalizado e onde o papel humano é mais importante. Foi também neste momento que olhámos e abraçámos a inovação, não só com a experimentação e o trazer de novas soluções para dentro de casa, mas também ao criarmos um fundo internacional, que nos permite investir em startups e acelerar essa mesma cultura de transformação», recorda Inês Veloso.

O segundo momento-chave foi em 2015, quando trouxe o estudo do Randstad Employer Brand Research para Portugal, numa altura em que ainda ninguém falava de employer brand. Trouxe o conceito, o know-how e a experiência, construindo uma base de conhecimento e oferecendo essa base às empresas que actuam em Portugal, não restringindo esta partilha aos clientes e acreditando que está a contribuir para aumentar a atractividade do País enquanto destino para trabalhar.

O terceiro momento é aquele em que muda a assinatura e a imagem sem alterar o logotipo, em 2017. «Ficámos mais quentes, mais próximos, menos formais e traduzimos na nossa marca a realidade que já vivíamos no nosso dia-a-dia. Uma mudança que foi também cultural e muito reforçada internamente, para que o conceito de human forward fosse na verdade um momento-chave da Randstad», lembra a directora. O posicionamento human forward assenta em três promessas que fazem aos clientes e candidatos: transparência (o cliente tem os insights em como satisfazer as suas necessidades de recursos humanos; o candidato tem o conhecimento do estado da sua procura de emprego); guidance (parceria com o cliente em todo o ciclo de vida dos seus colaboradores e o candidato tem o acompanhamento e as soluções para todas as fases da sua carreira) e proactividade (o cliente vai estar um passo à frente da sua concorrência no mercado do talento e o candidato vai encontrar o seu próximo emprego antes de o procurar).

«Para entregar as promessas human forward temos não apenas de fazer a nossa transformação digital e de processos, mas também de enraizar esta cultura no comportamento de todos e é isso que temos trabalhado todos os dias. A marca Randstad está hoje assente no posicionamento tech and touch e no arquétipo do everyday hero, que são as pessoas do dia-a-dia que conseguem ser verdadeiros heróis, sejam os nossos consultores, candidatos, clientes ou colaboradores e por isso assinamos human forward, sem tradução, mas com a responsabilidade de se perceber este conceito em tudo o que fazemos.»

Por fim, a aquisição da Risesmart, empresa de gestão de carreira com uma operação muito forte na área de outplacement, foi outro dos momentos-chave. Apesar de, em Portugal, já estarem a abordar o mercado e já terem experiência com este produto, «a aquisição desta empresa veio alargar este portefólio de transição de carreira, trazendo ao mesmo tempo a tecnologia para a experiência do talento».

Aliás, o outplacement, a par com o RPO (recruitment process outsourcing), o recrutamento e selecção especializado, bem como as soluções de customer care são as áreas de negócio que mais têm crescido na empresa.

NOVOS TEMPOS, NOVAS EXPERIÊNCIAS

É inegável que a pandemia de Covid-19 impactou o mercado de trabalho de diferentes formas, consoante o sector. Todos mudámos e tivemos experiências que eram difíceis de imaginar antes de Março de 2020. «Estas experiências foram diferentes e por isso o desafio para as empresas é enorme no regressar a uma nova normalidade, que pode até ter por base o passado, mas que é claramente diferente. Reconhecer essa diferença é por exemplo repensar a experiência de trabalho, a proposta de valor, o local e o horário de trabalho, assim como os modelos de contratação.» Do lado dos talentos temas como a conciliação, as oportunidades de progressão de carreira e o bem-estar estão em cima da mesa, reconhecendo que estão diferentes e que o mundo se abriu e está mais conectado.

«O regresso ao trabalho presencial tem de ser visto como um regresso e não mais um dia. Trabalhar este regresso é reconhecer o ecossistema de decisões que têm de ser consideradas nos vários modelos de trabalho, garantir a comunicação e a transparência, assim como a adequação em termos de cultura e posicionamento da marca. Tudo vai correr bem se não nos esquecermos que é um regresso e se existir este planeamento e continuarmos a ouvir as nossas pessoas. Caso contrário é muito provável que o impacto para o employer brand seja enorme», comenta Inês Veloso sobre o pós-confinamento.

E se a procura de novas skills já era uma tendência antes da pandemia, agora foi acelerada. Vê-se que a desadequação de competências e a escassez de talento não congelou, mas, sim, acelerou, porque também as empresas precisaram de se adaptar. O importante, segundo esta profissional, é garantir que existe uma estratégia de competências e de perfis para acompanhar as necessidades da empresa e os seus planos de crescimento. Uma estratégia que pode passar pela contratação, mas também tem necessariamente de passar pela qualificação e requalificação de forma a garantir que as empresas não param.

Neste contexto, a Randstad agregou o seu portefólio, que permite às empresas e aos candidatos serem mais relevantes, seja para os clientes, seja no dia-a-dia. Este portefólio, a que chama a nível mundial de Randstad Revelate, são as ferramentas que permitem destacar o elemento humano, utilizando a tecnologia. «Soluções acompanhadas pela experiência dos nossos consultores, que trabalham para cumprir as nossas promessas human forward e onde a experiência está no centro de todos os processos e é trabalhada em todos os canais», explica Inês Veloso.

NA LINHA DA FRENTE

Portugal é um país-chave para a Randstad, porque tem agilidade, criatividade e conhecimento para abraçar os grandes projectos de mudança da empresa. «O facto de sermos um país pequeno permite-nos fazer mais experimentação do que outros e o facto de termos uma liderança com muito know-how e mindset permite-nos estar sempre na linha da frente dos grandes projectos internacionais», comenta Inês Veloso. Ao mesmo tempo é a única operational company da Randstad com uma experiência sólida e comprovada na área de customer care, o que permite não apenas ter soluções de gestão de pessoas, mas também oferecer soluções de full outsourcing, nearshore e offshore para todo o mundo.

PLATAFORMA TALENTO X HORECA

Em Abril passado, a Randstad juntou-se à Nestlé Profissional para criar a Plataforma TalentoXHoreca. Trata-se de um projecto que tem um papel acima de tudo social, de acompanhar as pessoas e empresas que, de um momento para o outro, ficaram sem mercado. Era preciso acelerar este regresso, garantir que não estavam afastados mas juntos, que qualquer oportunidade de retoma não era bloqueada por falta de pessoas ou por falta de CV. Foi isto que a Randstad fez com a Nestlé, criando também uma plataforma de conteúdos de formação, ou seja, já alinhada com a necessidade de desenvolvimento de competências ao longo da vida. «Acreditamos que o sucesso deste projecto é essencialmente o da proximidade e de conseguirmos estar no momento em que estas pessoas e empresas mais precisam, sempre a acreditar que juntos a retoma é possível», diz Inês Veloso.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Marcas”, publicado na edição de Outubro (n.º 303) da Marketeer.

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