
Grupo Ageas Portugal: Promoção da literacia para os Direitos Humanos
Contribuir para a promoção da literacia para os Direitos Humanos, reconhecendo a importância da criação de um espaço de partilha e de aprendizagem colectiva, bem como potenciar o lugar de fala para as vozes mais activas em mudanças sociais positivas em Portugal. Foi este o propósito da 1.ª Grande Conferência Nacional para a Diversidade, Equidade e Inclusão – denominada DEI Summit –, organizada pela Associação Portuguesa para a Diversidade e Inclusão (APPDI), em conjunto com o Grupo Ageas Portugal.
Juntando mais de 45 oradores e 700 pessoas inscritas, ao longo de dois dias reflectiu-se sobre diversidade, equidade e inclusão nos sectores público e privado. Os painéis de discussão abordaram, entre outros temas, a integração no mercado de trabalho; práticas organizacionais inclusivas; o pilar social e o impacto das políticas públicas no combate às desigualdades históricas e sociais; e a importância dos meios de comunicação tradicionais e do digital.
A DEI Summit «evidenciou que é preciso sempre muita vontade e, acima de tudo, compreender que trabalhar a diversidade, equidade e inclusão é um imperativo ético e moral. As organizações só têm de pensar se querem ser líderes ou serem lideradas por outros exemplos», comenta Paula Carneiro, presidente da APPDI. E acrescenta: «Acreditamos que liderar pelo exemplo é bem melhor. A diversidade é também um factor distintivo nas vantagens económicas e de competitividade nas empresas e organizações.»
As 16 horas de reflexão incluíram intervenções de decisores políticos, dirigentes da administração pública, representantes da academia, sector empresarial, jornalistas e sociedade civil. Serão materializadas num relatório de boas práticas e recomendações para organizações públicas e privadas, designadamente empresas e administração pública.
«Com esta 1.ª Conferência Nacional para a Diversidade, Equidade e Inclusão cumprimos o objectivo de envolver o tecido empresarial, dirigentes da administração pública, académicos e representantes de associações na partilha de desafios e boas práticas. A consciencialização e mudança de mentalidades começa nas organizações que estiveram aqui presentes com recomendações de como é que podem abordar estes temas e práticas dentro de portas», comenta Luís Menezes, CEO do Grupo Ageas Portugal.
A DEI Summit foi um evento gratuito e inclusivo com a disponibilização de tradução em língua gestual portuguesa, legendagem em directo, sala de silêncio e podendo ser acompanhado em português e inglês. Teve ainda em consideração aspectos físicos relativos à acessibilidade ao local como rampas, elevadores e sinalização clara e visível. No que respeita à inclusão a nível de género, teve casas de banho género neutro ou 3.ª opção disponível, uso de linguagem neutra nas comunicações e uso de pronomes – na apresentação de speakers.
A organização faz um balanço positivo da primeira edição, quer a nível de audiência, quer ao nível dos contributos recolhidos para o desenvolvimento destas áreas, confirmando que esta conferência foi «uma ferramenta útil de networking e literacia». Deste encontro, saíram algumas conclusões importantes como:
- Os Direitos Humanos não podem ser vistos como um dado adquirido e a promoção da diversidade tem de ser um trabalho colectivo e não apenas de uma minoria.
- Nem todas as pessoas têm a mesma oportunidade para participar. É preciso promover lugares de fala e de partilha para grupos e minorias discriminadas.
- As mudanças não se fazem só por decreto. É necessário aproximar as leis das pessoas.
- A realidade de cada pessoa é distinta e, por isso, é importante trabalhar com foco nas dimensões da interseccionalidade.
- É urgente criar ambientes seguros para progredir, passando da inclusão ao sentido de pertença.
- É importante que as organizações continuem a apostar na formação em temas como diversidade, equidade e inclusão, bem como na revisão de procedimentos internos de Recursos Humanos.
- As lideranças das organizações têm de estar comprometidas na criação de espaços seguros e no reconhecimento do valor acrescentado da diversidade, equidade e inclusão.
- As políticas públicas para a diversidade, equidade e inclusão têm de ser comunicadas e divulgadas de forma a que a sociedade em geral as reconheça no dia-a-dia e em todas as áreas de intervenção.
- É necessário concretizar de forma mais evidente a articulação entre Estado, empresas, sector social e sociedade civil nos temas da diversidade, equidade e inclusão.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Seguros”, publicado na edição de Fevereiro (n.º 343) da Marketeer.