ISAG: Todos queremos uma GOAT!

Por António Lopes de Almeida, Docente do ISAG – European Business School e Márcia Monteiro, Coordenadora da Licenciatura em Gestão de Empresas do ISAG – European Business School

Num paralelo com o popular Greatest Of All Time, a expressão Greatest Of All Trips (a melhor de todas as viagens) foi usada pela Expedia, um gigante dos sites de viagens, e rapidamente entrou nas tendências do sector para 2022.

A tentativa de recuperar o tempo perdido nos últimos dois anos de confinamentos forçados enraizou a procura por experiências mais profundas e significativas, intensificou a motivação para viajar e está a fazer as escolhas dos turistas apontarem para destinos mais longínquos, dispendiosos ou exóticos. Para além de quererem viajar como nunca antes, concretizando os seus sonhos adiados, os consumidores querem que tal aconteça de forma mais imediata – um “sentido de urgência” gerado pela consciencialização das fragilidades individuais e comunitárias expostas pela pandemia.

Como resultado, as GOAT vieram para ficar, nos próximos anos, e podem chegar a exemplos tão vanguardistas quanto as viagens espaciais, ou tão inusitados quanto as visitas para ver o vulcão de La Palma. Contudo, a melhor de todas as viagens dependerá sempre da definição individual de melhor, variando com os gostos, as ambições e, claro, a disponibilidade económica de cada consumidor. Dos pequenos upgrades aos investimentos maiores, das experiências de luxo e bem-estar à aventura, das estadias longas ao momento diferente para assinalar uma data especial, dos hotéis aos restaurantes de categoria superior, do turismo doméstico ao mais longínquo território internacional, é certo que sai reforçada a disponibilidade para arriscar e também para investir. Esta última suportada pela maior capacidade de poupança gerada, para muitos, pelos gastos mais reduzidos registados em confinamento.

Para responder às novas exigências e desejos turísticos, os operadores terão de olhar as GOAT como um segmento de produto e de mercado com potencial de crescimento. Exclusividade e diferenciação terão de entrar, cada vez mais, não apenas no desenvolvimento dos programas turísticos, mas também na comunicação e marketing de experiências e destinos, que exigirão uma selecção mais cuidada de meios e canais. O principal foco estará online e, em particular, no marketing de influência.

Nesse sentido, continuaremos a ver crescer perfis de influencers digitais que fascinam potenciais viajantes pela escolha dos seus destinos, sobretudo dos menos turísticos, que apelam à “descoberta do desconhecido” e que continuarão a inspirar milhares a seguirem as suas pisadas. Alguns começam a apresentar-se também como líderes de viagens, que os próprios idealizam, promovem e acompanham, em experiências personalizadas que, para muitos, serão certamente “a melhor de todas”.


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ste artigo faz parte do Caderno Especial “Turismo”, publicado na edição de Fevereiro (n.º 307) da Marketeer.

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