Fidelidade: É tempo de investir em Portugal
Artigo de Sérgio Carvalho, director de Marketing da Fidelidade
Entro na garagem, aqui no Calhariz, e está composta. Já não são apenas três ou quatro carros. Há mais. Até há dias em que os lugares estão todos ocupados. Quase num acto inato, saio do carro e coloco a máscara. Ela. Este novo acessório que parece desconhecer o significado de Verão ou calor. Já não penso. É assim. Na verdade, tal como todos nós, não gosto delas. Nem um pouco. Mas são um mal necessário e com o tempo, dias e meses, habituei-me. Ou quase.
Hoje em dia os elevadores estão vazios. Cumprimos as normas e usamos as escadas, sempre que possível ou quando a manhã não se apresenta demasiado exigente. E depois, sim. Aí sim. À chegada ao 4.º andar, onde mora o Marketing da Fidelidade, às vezes a realidade chama-me. Mesmo para Agosto, o burburinho, as conversas, o ruído da máquina de café, o entra e sai do pátio são diminutos. E quem está, as pessoas que se vão revezando num entendimento e respeito pelas normas de segurança, elas sim, na sua nova forma de estar, trazem consigo alguma saudade. Somos os mesmos, na verdade. E falamos uns com os outros, tanto ou mais que outrora.
Mas muitas vezes, ou na maioria das vezes, porque a maior parte está em casa, em teletrabalho, temos auscultadores. As videochamadas tornaram-se o nosso meio privilegiado de comunicação, destronando, espero que temporariamente (nunca pensei dizer isto), as salas de reuniões cheias. Há barulho, sim. Por vezes, incomoda até. Mas não é o mesmo barulho.
Sinto falta da dinâmica social, das conversas no corredor, da concentração ao pé da máquina do café. Porque este outro lado do trabalho, se algum dia foi visto por alguém como menor produtividade ou ineficiência, era muitas vezes um catalisador de ideias e um facilitador de uma maior interacção entre todos, tão importante para o espírito de equipa. E sim, é aqui que me apercebo que, afinal, nem tudo está igual.
Mas acredito. Nunca, nem por um dia só, deixei de acreditar.
O dia segue. E minutos depois já esqueci a diferença do tempo. Os projectos sucedem- -se, atropelam-se. Nunca parámos. Como todos, fomos surpreendidos e tivemos que reflectir. Olhámos, como não podia deixar de ser, para a protecção dos colaboradores, depois para a necessidade de continuar a assegurar a viabilidade da nossa actividade e dos negócios dos nossos parceiros mas, sem sequer hesitar, percebemos no imediato o nosso papel na sociedade, o dever que nos era imposto e que nos cabia.
Lá fora, de norte a sul do País e claro nas ilhas, estavam 2,3 milhões de clientes à espera da nossa actuação, do nosso apoio. E por todos eles, por cada um, prosseguimos. Só podíamos continuar.
Investir em Portugal é… manter a proximidade com os clientes
Lembro-me que um dia, num qualquer final de tarde, me perguntaram por que razão a Fidelidade estava a investir tanto em comunicação numa altura desafiante como aquela. A resposta não podia ser mais simples: «É nosso dever», disse.
Ao longo de todo este tempo, tem sido nossa preocupação primordial disponibilizar aos nossos clientes as melhores soluções para que esta fase possa ser ultrapassada da melhor forma possível. Desde logo com uma aposta clara e de valor acrescentado na saúde, com o reforço dos serviços disponibilizados através da cobertura de medicina online dos seguros de saúde Multicare; depois, com serviços específicos que durante o estado de emergência oferecemos a segmentos de clientes prioritários como os profissionais de Saúde e os seniores, por exemplo.
Mas ao longo do tempo, e já a pensar nos meses que se aproximam, uma das nossas maiores preocupações foi a análise realista dos impactos económicos e financeiros que este contexto aportou e cujos efeitos prevemos mais críticos no final do ano e início do próximo, o que, portanto, nos impõe um olhar atento e uma actuação certeira que permitam auxiliar a continuidade da actividade das empresas e serviços, pois da sua solvabilidade depende também a qualidade e manutenção dos padrões de vida de muitas famílias. Por isso mesmo, temos vindo a adoptar medidas para mitigar os efeitos adversos deste período, sobretudo em relação às empresas nossas clientes, às empresas nossas parceiras, mas também ao nível dos clientes particulares.
E, por tudo isto, tínhamos uma mensagem a passar a cada um dos nossos 2,3 milhões de clientes. Da televisão ao digital, da imprensa às redes sociais quisemos, não marcar presença, mas mostrar solidez e proximidade. Por esta razão, adoptámos também novas formas de comunicação, personalizadas e dirigidas a segmentos específicos de clientes, que vieram para ficar. Naquele momento, tal como agora, acreditamos que é essencial transmitir, a todos os que confiam em nós, que estamos ao seu lado, que temos serviços e produtos úteis e adequados a este momento e que estamos atentos e a pensar na melhor forma de apoiar famílias e empresas e de investir em Portugal. Nos portugueses.
Investir em Portugal é… continuar ao lado dos nossos parceiros
Sim, investir é nosso dever. É um dever de todos. As previsões macroeconómicas estão longe de ser optimistas e acho que nem precisamos delas para termos consciência dos meses que se aproximam. Já passámos por isto e sabemos o que significa. Actualmente, já há muitas empresas que estão a passar por dificuldades e o lay-off e as moratórias não são eternas, pelo que, muito em breve, o País será chamado a enfrentar a realidade tal como ela se apresenta.
E aqui entramos nós. Nós, Fidelidade, enquanto parte de uma actividade estratégica para o País, nós, empresas portuguesas, nós, famílias, nós, pessoas, nós, cidadãos de Portugal. Todos temos um papel a cumprir e cada um, na justa medida do que lhe é possível, deve contribuir. Pensando que se calhar, respeitando seriamente as medidas de segurança, porque a situação em termos de saúde não está resolvida, temos que ter coragem para sair, agir, continuar!
Na Fidelidade, por exemplo, este ano tivemos, obviamente, de suspender as viagens de premiação dos nossos parceiros de negócio que o ano passado mais se distinguiram no concurso de produção anual. Tínhamos tudo marcado, planeado, estávamos prontos para fazer malas quando o coronavírus chegou. Desilusão à parte, acredito que encontrámos uma solução para apoiar de alguma forma Portugal e, por outro, não prejudicar os nossos fornecedores de tantos anos que, mais do que nunca, também necessitam dos seus clientes ao lado.
Este ano substituímos as viagens por vouchers com um prazo dilatado de utilização e embora não possamos “obrigar” nenhum dos nossos parceiros a privilegiar Portugal como destino, fizemos o que nos foi possível. Comunicámos como esta opção pode fazer a diferença, como este período pode ser boa oportunidade para descobrir o nosso país. Recomendámos, aconselhámos. Depende agora de cada um. E para o ano, acredito que para o ano, já possamos viajar em maior segurança. Vamos manter os destinos das viagens que tínhamos planeado fazer este ano. Desta forma, contamos com os mesmos operadores que nos têm acompanhado e que nos têm também ajudado a fazer de cada viagem uma mais-valia.
Investir em Portugal é… apoiar quem ousa e se reinventa
Este pode parecer um exemplo pequeno mas de muitos destes se faz um todo maior. Talvez por isso, para além das medidas de apoio tomadas, quisemos, por exemplo, continuar também a apoiar a cultura portuguesa.
Os que acompanham a activação da marca Fidelidade nos últimos anos sabem que temos sido presença assídua em muitos festivais de música e em alguns eventos que no Verão animam as diversas regiões de Portugal. Nada disto foi possível ao longo deste ano, mas quisemos reinventar-nos.
Apoiámos a plataforma criada “Portugal entra em Cena” e, através desta parceria, pusemos “Lisboa à Janela”, a ver e ouvir Cuca Roseta. Foi uma iniciativa pioneira e inédita, muito bem acolhida pelo público e que, na realidade, abriu a porta, ou melhor, a estada a projectos similares…
Este é um exemplo, mas continuamos a explorar outras e novas formas de apoiar o sector da cultura e em breve teremos certamente novidades.
Num outro ângulo, e para dar outro exemplo, os nossos eventos de dinamização comercial encontraram novas formas e a verdade é que esta época permitiu um avanço tecnológico exponencial, o qual já estamos a rentabilizar. Continuamos como os mesmos parceiros de sempre e descobrimos novas formas de estarmos juntos à distância. Já testámos muitas fórmulas e algumas vieram para ficar: streaming, com ou sem realidade aumentada, webinars… continuamos a inovar!
Investir em Portugal é… dinamizar a economia
E estamos a apostar na economia portuguesa. Porque acreditamos.
O produto que lançámos recentemente – Investimento Portugal 2020 – é prova da confiança clara no nosso país. Pode parecer uma contradição nesta altura, mas a verdade é que há necessidade de promover poupança em Portugal, sobretudo porque os níveis desta desceram para mínimos históricos nos últimos anos. E a Fidelidade, como líder do mercado segurador nacional, tem essa responsabilidade, até porque tem o necessário know-how técnico e financeiro para o desenvolvimento de soluções e produtos seguros e competitivos no mercado. E, depois, porque dispõe de uma rede de distribuidores com vocação e capacitação para comercializar estes produtos financeiros.
Estes são exemplos do que nós, na Fidelidade, estamos a fazer. Apoio constante aos nossos clientes, com o reforço dos serviços online e a presença dos nossos distribuidores; medidas de mitigação pensadas para todos e para cada caso, das famílias às empresas; comunicação activa como forma de demonstrar aos nossos clientes que continuamos ao seu lado; confiança nos nossos fornecedores, parceiros de sempre. Apoio ao País, da saúde à economia, dos serviços à cultura.
Investir em Portugal é… dar o nosso melhor
Mas o papel de cada um nesta altura é essencial se queremos revitalizar Portugal. Com todas as consequências negativas aportadas por este contexto pandémico que, acima de tudo, nos obrigou a lutar pela vida humana e a valorizá-la como nunca, o certo é deste tempo sairá também uma evolução exponencial a muitos e diversos níveis.
Sou optimista por natureza e acredito que este momento histórico trouxe a todos a obrigação maior de pensar no futuro, na forma como estamos a evoluir como humanidade, como pessoas. Cada um de nós aproveitou este tempo para reflectir, para mudar ou corrigir e para interiorizar que, de alguma forma, o que vamos construir daqui para a frente terá de ser distinto, sob o risco de amanhã sermos confrontados com episódios – sejam pandémicos, climáticos… – mais sérios ainda.
Mas agora com a mesma coragem que recolhemos, que repensámos, é tempo de agir e investir em nós, nas nossas empresas, no nosso país. Não está tudo igual e sabemos que, por enquanto, ainda é cedo para o total regresso àquela que um dia chamámos normalidade, mas do pouco se faz muito.
Dos produtores às lojas e aos produtos portugueses; do turismo cá dentro à restauração; das salas de espectáculo que aos poucos retomam a sua actividade (sim, o uso da máscara demove, mas não impede) às cidades que por agora parece que voltaram para nós e que precisam da nossa companhia; dos pequenos empreendedores portugueses que surgiram neste tempo e que podem ser uma aposta no futuro, às nossas empresas maduras com trabalhadores e famílias a cargo. Há uma forma, por pequena que seja, de podermos contribuir. Por todos nós e essencialmente por todos aqueles que, de facto, nesta altura, já estão a sentir os efeitos deste tempo. Tudo passará. Mas há que acreditar e continuar.
Por aqui, o tempo passou.
O relógio lembra-me que é tempo de parar. Coloco a máscara, desço as escadas e sorrio. A minha mesa espera-me. Senti a sua ausência durante os meses de confinamento mas, assim que lhe foi possível, lá estava ela, à espera. Agradeço-lhe a coragem com a minha presença, sempre que posso.
Às vezes parece tudo quase igual.