PLMJ: Mais do que um “nice to have”, um “must have”

É um tema cada vez mais valorizado por todos os stakeholders, quer internos, quer externos, e não restam dúvidas à PLMJ de que a responsabilidade social e sustentabilidade traz retorno. Esta sociedade de advocacia fá-lo, em primeiro lugar, porque é a coisa certa a fazer. «E por ser a coisa certa a fazer, adiciona valor à marca, atrai e retém talento e distingue-nos junto dos clientes», garante Bruno Ferreira, managing partner da PLMJ.

O objectivo da sociedade é o de incorporar os temas ESG no centro da sua estratégia, para que todas as suas decisões sejam também pautadas por esta agenda. «É uma forma de estar no mundo, de nos gerirmos e de impactarmos os outros.»

«Mas convém dizer – até para que não restem dúvidas sobre o facto de a sustentabilidade não ser um factor “nice to have” mas antes um “must have” – que o retorno para as empresas é muito tangível. Sem uma estratégia ESG, dentro de pouco tempo o acesso a financiamento será extremamente difícil, a reputação será uma questão e os clientes virarão as costas a quem não estiver comprometido com este desígnio que é global. Humanitário até.»

Em 2021, a PLMJ publicou o seu primeiro relatório de sustentabilidade seguindo o formato internacional do GRI. Já antes tinham produzido relatórios de responsabilidade social corporativa e acharam que era muito importante dar este salto. Bruno Ferreira explica que seguir o formato GRI acrescenta rigor e transparência ao relatório e traduz o comprometimento da empresa. «O relatório surgiu depois de termos desencadeado, de forma muito estruturada, uma reflexão sobre a nossa pegada e não estou a limitar-me aos temas ambientais. Havia que dar continuidade de forma mais pensada ao que já fazíamos bem e pôr o dedo na ferida, identificando onde temos a responsabilidade de melhorar. E as mudanças são internas, mas também externas, na medida em que, como advogados das maiores empresas do País, estamos numa posição única de trazer o tema da sustentabilidade para o centro da sua estratégia e sermos agentes de uma espécie de capilaridade da sustentabilidade.»

Este relatório de sustentabilidade resulta de um processo participativo. O principal objectivo foi o de ouvir os stakeholders, que incluem os colaboradores – advogados e equipa de gestão –, clientes, fornecedores e estudantes de Direito. Adicionalmente, avaliaram o que os pares internacionais e outras organizações estão a fazer no que diz respeito a boas práticas, de forma a aprender também com eles, através de um benchmark transversal a vários sectores.

«Este primeiro relatório diz-nos onde estamos, o que pensamos e para onde vamos. Reconhece o nosso esforço, consistente, determinado e consequente, mas, ainda mais importante, aponta o caminho que falta percorrer e o que estamos a fazer para alcançar os objectivos ambiciosos que traçámos. E compromete-nos. Assumimos publicamente – o relatório está publicado no nosso site – os nossos compromissos de sustentabilidade a curto, médio e longo-prazo, com métricas muito concretas», sublinha Bruno Ferreira.

 

GRANDES ÁREAS DE INTERVENÇÃO

Saúde mental e bem-estar, responsible business e diversidade e inclusão são as três grandes áreas de intervenção da PLMJ.

«Acreditamos que o primeiro passo é iniciar a discussão e fizemo-lo, lançando um conjunto de reflexões com pessoas externas dedicadas ao tema do well-being, lançámos um programa interno de well-being e fizemos reflecti-lo também no nosso programa de formação. Temas como a gestão de stress, sessões semanais de mindfulness, consultas de psicologia para todos os colaboradores que o desejassem e reforço da agenda work-life balance, nomeadamente com acções de sensibilização das lideranças, são alguns exemplos. Destacaríamos ainda a assinatura do Mindful Business Charter, um movimento internacional de organizações que em conjunto promovem melhores práticas de trabalho em prol da saúde mental e do bem-estar», conta o managing partner da PLMJ.

O Mindful Business Charter foi lançado há cerca de dois anos e conta já com 55 signatários que são referências mundiais nos respectivos sectores, incluindo grandes instituições financeiras e algumas das maiores firmas jurídicas internacionais, envolvendo assim prestadores de serviços e clientes.

Em comum, os diversos signatários deste compromisso têm o facto de terem promovido uma reflexão interna sobre como se pode trabalhar de forma sustentável nos tempos que vivemos e as conclusões são partilhadas entre todos, com vista à sua implementação, ajustada, claro, à realidade de cada uma das empresas.

Relativamente ao responsible business, a PLMJ aborda-o segundo duas perspectivas: internamente, melhorando constantemente a forma como opera, e externamente, na qualidade de parceiros e consultores jurídicos dos clientes, adicionando à componente jurídica uma lógica de sustentabilidade e de actuação mais responsável na forma de operar e crescer.

Nesse sentido, fez uma análise dos fornecedores para garantir que só trabalha com entidades alinhadas com a sua visão de sustentabilidade e, na assessoria jurídica, lançou uma nova oferta de serviços que incorpora a matriz ESG em todas as dimensões do negócio.

Ao nível da diversidade e inclusão, a PLMJ reviu condições de remuneração e progressão na carreira para garantir que a maternidade não constitui qualquer obstáculo e tem mais um conjunto de iniciativas planeadas para 2022.

Aliás, os colaboradores são a base de todas as empreitadas a que a PLMJ deita a mão. Desde 2019 que a PLMJ promove internamente o #givingtuesday, sensibilizando os colaboradores para o movimento universal e dá a conhecer em especial os projectos apresentados pelas entidades de terceiro sector que a PLMJ apoia e/ou é parceira. No período especial do Natal, associa-se a várias instituições de solidariedade social na divulgação de campanhas de presentes solidários, em que os montantes das vendas revertem para as respectivas causas.

«Na semana imediatamente antes do Natal tem início a nossa tradicional Campanha de Natal, com solicitações que vão desde o trabalho voluntário, aos donativos em géneros e espécie, tendo como principais destinos os “bairros” em que cada escritório PLMJ está integrado, incluindo a PLMJ Colab em Angola e Moçambique. Da experiência que temos vindo a ter, individualmente, organizados em grupo ou como iniciativa de equipa, os donativos têm sido muitos e ainda há quem participe nas entregas dos bens e que dê o seu tempo nesta época nas próprias instituições», conta Bruno Ferreira.

O envolvimento da comunidade PLMJ nestes projectos tem duas vertentes: por um lado, através das propostas que os colaboradores levam à empresa, às quais a PLMJ adere e promove internamente; por outro lado, através da participação dos colaboradores em projectos e iniciativas que a empresa apresenta.

 

PLATAFORMA COLABORATIVA

«Para concretizarmos estes objectivos lançámos uma plataforma colaborativa, o Community, que agrega todas as propostas feitas e as iniciativas apresentadas, de trabalho voluntário e campanhas de donativos, com acesso fácil e intuitivo.» O compromisso assumido pela PLMJ com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas manifesta-se também nas iniciativas que disponibilizam na plataforma, e cada colaborador é convidado a ir construindo o seu CV Social.

A prestação de serviços jurídicos pro bono é a manifestação evidente do voluntariado de competências de um advogado e da PLMJ enquanto sociedade de advogados. Com uma tradição na história da PLMJ desde a sua fundação, a empresa procura contribuir para colmatar as falhas que existem no acesso universal à justiça e a serviços jurídicos de qualidade.

Na assessoria jurídica aos Tribunais actuam em parceria com a clearing house PRO BONO Portugal e são membros fundadores da Aliança Pro Bono, agindo como complementares ao Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais.

No terceiro sector, estes profissionais prestam serviços a entidades sem fins lucrativos que apoiem causas de solidariedade social e interesse público, com especial foco na realidade em que integram, sendo o pro bono estruturante do pilar Social, na sua vertente da comunidade. Nos últimos anos alargaram, ainda, o apoio jurídico a entidades que tenham por objecto a resolução de problemas sociais, incluindo problemas da esfera ambiental.

Para além da intervenção comunitária, o trabalho pro bono da PLMJ é também parte do cuidado das suas pessoas, sendo mobilizador das equipas e promovendo trabalho transversal entre áreas, por um objectivo comum.

«Prestamos ainda assessoria jurídica pro bono aos nossos colaboradores, organizada de forma estruturada e completa, aplicando os mesmos critérios e exigências do trabalho para clientes», assegura Bruno Ferreira.

 

COMPROMISSOS PARA O FUTURO

Em 2019, a PLMJ iniciou a mudança de escritórios, com a nova sede da sociedade na Avenida Fontes Pereira de Melo, 41. Em 2021, em plena pandemia, mudaram de escritório no Porto para o Porto Office Park e, em Faro, segue o mesmo caminho. Comum a todas as mudanças foi a escolha de edifícios eficientes do ponto de vista ambiental. Com estas iniciativas, 100% dos créditos LEED, disponíveis na área da eficiência hídrica, permitem reduções nos consumos de água, nomeadamente 26,3% dos consumos totais de água do edifício supridos por um sistema de recolha e recuperação de água pluvial; 51,06% de redução dos consumos totais de água potável; 75% de redução dos consumos de água potável para descargas sanitárias; e 49,56% de redução dos consumos de água para irrigação.

A sede em Lisboa tem o certificado LEED – Leadership in Energy and Environmental Design e apresenta-se como sustentável em diferentes níveis, desde o design à manutenção, passando pela construção e operação. O escritório do Porto foi o primeiro edifício a obter “Excelente” na certificação BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method), norma comprometida com os princípios de bem-estar, circularidade e redução da pegada carbónica. «Queremos fazer um uso consciente dos recursos e garantir que temos uma postura sustentável, não só na escolha dos materiais, mas como tratamos os nossos resíduos. As nossas políticas incluem a não utilização de plásticos e outros materiais descartáveis nas copas, cozinhas e no restaurante; a redução dos materiais promocionais impressos; a utilização preferencial do papel reciclável; o uso de definições standard nas impressoras para ajudar na redução da utilização do papel; e pontos de recolha e formações sobre reciclagem», conta.

Em termos de compromissos sociais, o partner salienta que no relatório de sustentabilidade assumiram 24 compromissos, que vão nortear a acção nos próximos anos. «Genericamente, estão centrados nos três principais temas identificados: saúde mental e bem-estar, responsible business e diversidade e exclusão. » Algumas das metas passam por: monitorizar o impacto das políticas de trabalho f lexível e ajustá-las, se necessário; promover o Mindful Business Charter em Portugal; incluir critérios ESG na selecção de fornecedores; implementar os módulos da APlanet (uma solução integrada para a monitorização e gestão dos indicadores de performance ESG); procurar que 10% das receitas em 2025 sejam provenientes da área de prática de responsible business, monitorizar o crescimento e impacto das políticas destinadas à eliminação de barreiras à inclusão, como o aumento das licenças parentais e as políticas de trabalho flexível; e monitorizar e mitigar os unconscious bias e estigmas associados ao género, bem como desenvolver formações para os colaboradores em temas de igualdade de género.

 

FAZER A DIFERENÇA

Há um grande compromisso do Conselho de Administração da PLMJ com o tema da sustentabilidade e com a associação a projectos onde acham que podem fazer a diferença. O propósito, mais do que medir o que investem, é medir o impacto criado e, por isso, apostam em iniciativas que tenham um potencial de “efeito dominó”. Por exemplo, a parceria com a MAZE (empresa de investimento de impacto fundada pela Fundação Calouste Gulbenkian) permite-lhes apoiar várias startups de impacto social focadas em resolver os problemas sociais e ambientais, pelo que acreditam que o potencial da ajuda é imenso. Outro exemplo é o apoio ao Girl Move, que acreditam que não pode ser medido pelo valor que investem, mas sim no impacto que tem. A Girl Move é uma Academia de Liderança Grassroots que, através dos seus modelos educativos, amplifica talento, promove a igualdade de género e gera transformação sustentável. Empoderam jovens mulheres para que se tornem a nova geração de Changemakers nas suas comunidades.

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Sustentabilidade e Responsabilidade Social”, publicado na edição de Dezembro (n.º 305) da Marketeer.

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