Nespresso: Sustentabilidade da origem à cápsula

O caminho que a Nespresso tem vindo a percorrer na área da sustentabilidade já é longo e tem vindo a impactar toda a cadeia de valor da marca, para garantir que o café que enche as chávenas dos consumidores cumpre as melhores e mais sustentáveis práticas. Só no mercado português, destacam-se acções como as entregas em veículos eléctricos, a recolha de cápsulas para reciclagem, ou o projecto “Reciclar é Alimentar”, que transforma as borras de café em composto agrícola para terrenos de cultivo de arroz e já permitiu doar cerca de 750 toneladas deste alimento ao Banco Alimentar Contra a Fome. Em entrevista à Marketeer, Brigitte Felber, country manager da Nespresso Portugal, garante que este «é um processo de melhoria contínua».

 

Em que consiste a política de sustentabilidade e responsabilidade social da Nespresso?

A Nespresso assumiu um compromisso com a sustentabilidade nas suas múltiplas dimensões, com os seis R’s: Reciclar, Reduzir, Repensar, Recuperar, Reutilizar e Recusar.

Repensámos a forma de trabalhar com as comunidades de agricultores com o compromisso de seguir métodos de produção sustentáveis através do programa AAA Sustainable Quality™. Recuperámos tradições antigas de produção e produções de café em risco de desaparecer com o programa Reviving Origins, que teve origem no Sudão e se foi estendendo a outras regiões do globo. Reciclamos desde cedo, ainda antes de abrirmos a primeira boutique, e garantimos a reutilização do alumínio e da borra das nossas cápsulas. Fomos também pioneiros na produção de cápsulas feitas com 80% de alumínio reciclado, um material infinitamente reciclável, e estimamos que, no futuro, esta medida resultará numa diminuição de CO₂ de cerca de 28,5 mil toneladas.

A nossa estratégia é colocar a sustentabilidade no centro de tudo, em tudo o que fazemos, em toda a nossa cadeia de valor, local e globalmente.

 

Que trabalho tem sido realizado junto dos produtores com vista à melhoria das suas condições de vida?

O programa Nespresso AAA Sustainable Quality™ envolve mais de 120 mil agricultores em todo o mundo. Com este programa, queremos formar os agricultores para conseguirmos produzir mais e melhor café, através de práticas sustentáveis e com uma forte componente de apoio social às comunidades locais, bem como revitalizar a produção de café – são exemplo disso os investimentos realizados para a criação de estruturas importantes para a prática agrícola, ou o investimento feito no Congo para conseguir criar 23 pontos de água potável e seis unidades de cuidados de saúde, entre outros.

Lançámos ainda um programa de pensões na Colômbia, que garante a sustentabilidade do trabalho destes agricultores. No mesmo país, construímos, com parceiros locais, uma central de moagem que permite optimizar a produção de café, duplicando o volume de café de qualidade e consumindo água de uma forma mais eficiente. No final do dia, estes agricultores ganham mais tempo para si e para passar com as famílias.

 

Como é que a Nespresso tem procurado reduzir a sua pegada ecológica?

Estamos comprometidos com a sustentabilidade porque acreditamos que é o que faz sentido e isso significa aplicar esse compromisso em tudo o que fazemos. Trabalhamos com esse propósito em toda a nossa cadeia de valor: na produção de café, na distribuição e na entrega. É um processo de melhoria contínua.

Temos exemplos internos e locais do que vamos fazendo: todas as boutiques têm energia verde, reduzimos a produção de press kits e a comunicação em papel e, quando o fazemos, optamos por materiais mais sustentáveis – como, por exemplo, papel de origem FSC, a cana-de-açúcar ou papel reciclado.

 

E no mercado português, que acções se destacam?

Em 2020, a Nespresso arrancou com as “Entregas Verdes” na cidade de Lisboa, um projecto-piloto de entregas em veículo eléctrico, replicado no Porto já este ano. Com esta iniciativa, vamos reduzindo as emissões de CO₂ em cerca de 30 toneladas por ano.

Ainda em 2020, desafiámos a artista plástica Vanessa Teodoro a decorar as montras das boutiques Nespresso, utilizando apenas materiais reutilizáveis ou recicláveis.

 

A marca tem apelado aos consumidores no sentido de reciclarem as cápsulas de café. Que trabalhos têm sido feitos nesse sentido e como têm evoluído os números de retorno de cápsulas usadas às lojas, no mercado português?

A reciclagem das cápsulas de café é um ponto importante para a Nespresso, sendo que desafiamos sempre os portugueses a entregarem as suas cápsulas já usadas, que podem ser depositadas num dos mais de 250 pontos disponíveis para o efeito, ou devolvidas ao estafeta na entrega de novos cafés. Reciclamos todas as cápsulas entregues, e os portugueses estão connosco neste compromisso. Vemo-los cada vez mais empenhados em reciclar, mas acreditamos que conseguimos ir mais longe. Reciclar deve ser um hábito que incorporamos no nosso dia-a-dia – sabendo que é fácil e acessível, não há por que não o fazer.

 

Mais à frente no processo, em que são transformados o alumínio e as borras de café usado?

O alumínio das cápsulas entregues para reciclar é reutilizado em novos objectos, como a produção de carros, caixilharia de janelas ou bicicletas. A borra do café é integrada num composto natural e 100% orgânico, que é depois incorporado nos terrenos de cultivo de arroz, na Herdade Monte das Figueiras, em Grândola. O arroz produzido é comprado pela Nespresso Portugal e doado ao Banco Alimentar Contra a Fome.

 

Quando surgiu o projecto “Reciclar é Alimentar”? E como evoluiu desde então?

Esta iniciativa surgiu em 2010 e celebrou em 2021 o seu 12.º aniversário com uma marca impressionante: cerca de 15 milhões de refeições doadas a famílias carenciadas. Este projecto tem tido uma evolução positiva ao longo do tempo e a prova disso são as 125 toneladas de arroz entregues em 2020 e perto de 750 toneladas deste alimento doadas, ao longo dos últimos 11 anos, ao Banco Alimentar, que as distribui por mais de 2600 instituições de solidariedade social.

Esta iniciativa teve início em Portugal e, devido ao seu êxito, foi replicada em Itália e Espanha e é um exemplo do ADN da Nespresso, que tem por base a sustentabilidade e a responsabilidade social.

 

De que forma é que esta preocupação crescente com a sustentabilidade do planeta tem transformado o negócio da Nespresso?

A sustentabilidade é algo que está enraizado na Nespresso, desde sempre. O negócio e a estratégia da marca sempre estiveram alinhados com este tema, que para nós é central em tudo o que fazemos. Desde o momento em que um novo colaborador chega à Nespresso, a sustentabilidade faz parte de todas as mensagens que passamos. Orgulhamo-nos de ter começado o processo de reciclagem, mesmo antes de abrir a primeira boutique. Internamente, estamos em formação contínua sobre todas as vertentes que impactam o universo da sustentabilidade.

 

Qual o budget destinado a acções de responsabilidade social e sustentabilidade em 2021 em Portugal? E como tem evoluído?

O investimento local da Nespresso em responsabilidade social e reciclagem fortalece o nosso compromisso com a sustentabilidade e, desde 2018, a marca tem investido anualmente mais de 500 mil euros.

 

A MAIS SUSTENTÁVEL EM 2021

A Nespresso foi considerada pela World Finance Magazine como a empresa mais sustentável na indústria do processamento de café em 2021. «Este prémio reflecte as conquistas e inovação em sustentabilidade que a marca tem vindo a alcançar ao longo dos últimos 30 anos. O programa Nespresso AAA Sustainable Quality™ foi uma das iniciativas em destaque, sendo que mais de 90% do café de gama permanente da Nespresso é obtido através do mesmo. A reciclagem de cápsulas também mereceu atenção pois, actualmente, 90% dos consumidores Nespresso em todo o mundo têm acesso a uma solução de reciclagem de cápsulas usadas», sublinha Brigitte Felber, country manager da Nespresso Portugal.

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Sustentabilidade e Responsabilidade Social”, publicado na edição de Dezembro (n.º 305) da Marketeer.

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