Fidelidade: De dentro para fora
Quando o tema é responsabilidade social, a estratégia da Fidelidade é clara: começar de dentro para fora. Foi assim que nasceu, em 2017, um programa de qualidade de vida e bem-estar destinado aos colaboradores e que veio a ser complementado com o programa NOS, cuja missão é apoiar o colaborador em casos de manifesta necessidade – nas vertentes de saúde, jurídica, financeira e familiar. «Foi especialmente importante durante toda a pandemia, prestando apoio psicológico gratuito», adianta Ana Fontoura, directora de Responsabilidade Social do Grupo Fidelidade, revelando que este apoio se mantém até hoje.
De acordo com a responsável, o Programa de Responsabilidade Social – Fidelidade Comunidade é um programa-bandeira que, internamente, «olha para o seu colaborador como indivíduo, membro de uma família e parte da sociedade». Por isso mesmo, disponibiliza-lhe iniciativas e notícias que visam facilitar o seu dia-a-dia.
«A política de responsabilidade social da Fidelidade está interiorizada em cada um dos seus colaboradores e reflecte-se na forma como a companhia se relaciona com os seus clientes, parceiros de negócio e fornecedores», garante a responsável.
Depois de assegurada essa componente a nível interno, a Fidelidade vira as atenções também para a comunidade, para a qual contribui activamente através do financiamento das organizações sociais, apoio à cultura, resposta a situações de emergência e voluntariado. Formações, partilha de boas práticas, divulgação de iniciativas e apoio na produção de conteúdos de marketing são algumas das apostas do grupo nesta área.
De destacar é, sem dúvida, o Prémio Fidelidade Comunidade. Este prémio, bienal, está já na sua 4.ª edição e tem um valor total de 750.000 euros, que este ano foi excepcionalmente dividido em duas fases: uma primeira, de resposta a projectos emergentes, decorrentes da pandemia ou não, mas que constituíssem soluções a problemas imediatos; e a segunda, com uma óptica de investidor social, para apoiar projectos de reforço da sustentabilidade e robustez das Organizações Sociais. Estamos presentemente na avaliação das candidaturas desta 2.ª fase, em que seleccionamos os projectos que a nossa equipa vai acompanhar no terreno, de forma parceira, ao longo de dois anos, em busca de sinergias que possam maximizar os resultados destas organizações que desenvolvem um trabalho notável na sociedade, e que muito nos orgulha apoiar. Na 1.ª fase apoiámos nove projectos, distribuídos por Portugal e Ilhas, nos três eixos que são a base da nossa estratégia de apoio: o Envelhecimento, a Inclusão de pessoas com deficiência ou incapacidade e a Prevenção em saúde. Esperamos que esta 2.ª fase nos traga projectos estruturantes que continuem a contribuir para o impacto que o Prémio Fidelidade Comunidade tem em Portugal.
«O prémio teve um reforço do seu valor e um novo modelo de candidatura e continuamos cada vez mais a apostar no acompanhamento e na capacitação das organizações, por um lado, e damos cada vez mais importância à criação de parcerias, por outro», acrescenta Ana Fontoura, referindo ainda que é feita uma análise ao impacto dos projectos vencedores para perceber melhor os resultados obtidos. Olhando para a primeira edição do prémio – e com base na consulta directa das organizações –, a Fidelidade nota que o sentimento geral é de que foi possível potenciar sinergias que dificilmente seriam obtidas de outro modo. Além disso, destacam-se vantagens como o aumento da visibilidade dos projectos, ou a construção de uma relação mais profunda com o grupo.
Este ano, foram submetidas mais de 550 candidaturas, realizaram- se sessões de capacitação online que estiveram sempre cheias e, além disso, a Fidelidade iniciou alianças com outras empresas interessadas na sua abordagem. Pela primeira vez, foi possível também levar a iniciativa além-fronteiras: através da Garantia Seguros, foi lançada uma réplica do Prémio Fidelidade Comunidade, em Cabo Verde, ajustado à realidade deste país africano.
Além deste prémio, a Fidelidade apoia a comunidade através da doação de bens em bom estado, resultantes dos “salvados” – ou seja, bens que se “salvaram” de sinistros decorrentes da actividade da seguradora. Segundo a directora de Responsabilidade Social, «a Fidelidade procura manter um negócio sustentável, quer ao nível dos seus produtos e serviços, quer dos investimentos e da sua política ambiental».
Com a chegada da pandemia, esta preocupação com as pessoas que nos rodeiam tornou-se ainda mais crucial. Num contexto de emergência social, a Fidelidade não se acanhou e arregaçou as mangas: «Foi o ano em que tivemos a real noção de quão digitais e preparados já estávamos, e, por isso, a reacção foi imediata. Mesmo em tempos difíceis, conseguimos apoiar os nossos parceiros, clientes (disponibilizando o que necessitavam, no momento, em segurança) e os nossos colaboradores.»
Ana Fontoura considera que 2020 e 2021 foram anos de grande evolução em todo o ecossistema da saúde, com reforço na medicina online, por exemplo, que passou a disponibilizar mais especialidades. Também foram criadas novas ferramentas de rastreio sintomático de Covid-19, bem como soluções de promoção de hábitos de vida saudável. «Ficou claro para todos que necessitamos de equilíbrio, entre a vida pessoal e a profissional, de hábitos saudáveis que possam proteger a nossa condição física, para conseguirmos ter mais anos de vida com qualidade», mas não só.
PRODUTOS E SERVIÇOS MAIS RESPONSÁVEIS
A preocupação da Fidelidade é criar produtos e serviços responsáveis, pelo que está a implementar processos e modelos de negócio mais circulares. Nesse sentido, o compromisso da companhia com a sustentabilidade implicará também a criação e adopção de produtos e serviços que correspondam a esta evolução do mercado e da sociedade em direcção a um mundo mais verde. Ana Fontoura fala numa «conjugação do interesse crescente dos investidores, das novas exigências legais da União Europeia, que, por sua vez, reflectem uma mudança profunda da sociedade, das expectativas dos consumidores e dos colaboradores ». É por isso que a Fidelidade está a trabalhar com os clientes e parceiros comerciais em prol de um futuro mais amigo do ambiente, com o propósito de induzir comportamentos, também eles mais sustentáveis.
«Um dos exemplos do que já estamos a fazer é o nosso programa Multicare Vitality, um programa que recompensa os nossos clientes de saúde por adoptarem estilos de vida e comportamentos mais saudáveis», exemplifica a directora de Responsabilidade Social. Neste campo, consta também o ALÔ by Fidelidade, solução que combina um tablet com uma interface fácil e intuitiva, uma aplicação para o cuidador e acesso a serviços de assistência ao domicílio, ajudando os idosos a ficarem mais seguros e por mais tempo nas suas casas. Por fim, o Fidelidade Drive, aplicação gratuita para clientes com seguro automóvel Fidelidade, que lhes permite melhorarem alguns aspectos da sua condução, contribuindo assim para a redução da sinistralidade e para um menor consumo de combustível, por exemplo, enquanto ganham pontos que podem ser trocados numa rede de parceiros.
No futuro, e de forma progressiva, a ambição é alargar esta lógica e consciência ambiental à cadeia de valor, «nomeadamente inspirando clientes, parceiros, fornecedores, e a sociedade em geral, a adoptar comportamentos mais sustentáveis », remata.
A sustentabilidade será palavra de ordem também ao nível das infra-estruturas, designadamente na construção da nova sede na zona de Entrecampos, em Lisboa: «Vai ser um edifício muito ambicioso do ponto de vista ambiental e estamos a trabalhar para atingirmos a certificação internacional LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), certificação essa que garantirá que o edifício será state of the art em termos energéticos e ambientais.» Em simultâneo, a Fidelidade quer certificar a sua sede como WELL, o que significa que o edifício será desenhado de uma forma que impactará positivamente a saúde e o bem-estar de todos os seus utilizadores.
INVESTIMENTO AMIGO DO AMBIENTE
Em 2020, o Grupo Fidelidade redefiniu a sua política de investimento de forma a integrar os princípios da sustentabilidade, tendo criado o “Fator ESG Compliant”, que é agora um dos requisitos para avançar com projectos neste campo. Segundo Ana Fontoura, a companhia tem apostado no investimento responsável com «o objectivo de proteger o futuro dos seus clientes e das futuras gerações», dando o exemplo perante o mercado. «Queremos que o investimento ADN da Fidelidade seja verde», vinca.
Quanto à gestão ambiental interna e à gestão de processos com parceiros e clientes, o foco tem estado na consolidação de boas práticas e na desmaterialização e poupança de recursos. Considerando as alterações climáticas e a urgência de mitigar os seus efeitos, a Fidelidade garante que continuará a adoptar medidas no sentido de combater os impactos da crise ambiental, através da avaliação criteriosa do risco dos clientes e da gestão de processos relacionados com eventos climáticos em Portugal.
A Fidelidade participa em grupos de trabalho relacionados com as alterações climáticas e desastres naturais – como o da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) – com a missão de repensar soluções de prevenção e mitigação dos fenómenos sísmicos. Por outro lado, também assume compromissos públicos, como através da adesão ao Compromisso Lisboa Capital Verde Europeia 2020 – Ação Climática 2030, ou da subscrição da Carta de Princípios das Empresas pela Sustentabilidade, da BCSD.
E como é que todo este investimento se traduz em termos de percepção junto do público? Ana Fontoura considera que é um enorme privilégio saber que, através do Prémio Fidelidade Comunidade, por exemplo, é possível contribuir para que as instituições parceiras façam mais, diferente e melhor, chegando a mais beneficiários. «E, em resultado, reconhecemos que, na verdade, recebemos muito mais do que aquilo que damos. E, é claro, que tudo isto resulta num retorno muito positivo para a reputação da nossa marca», sublinha.
FILANTROPIA ESTRATÉGICA
No que respeita à cultura, e através da galeria Fidelidade Arte, onde é partilhada Arte Contemporânea de uma forma gratuita com o público em geral, em 2022 haverá oportunidade de expor Arte Bruta, de artistas com experiência em doença mental.
Segundo a Fidelidade, verifica-se uma evolução para uma filantropia mais estratégica, que permite um relacionamento de longo prazo. Além do apoio à cultura, o grupo destaca a parceria com a 42Lisboa, uma nova tipologia de escola que forma programadores.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Sustentabilidade e Responsabilidade Social”, publicado na edição de Dezembro (n.º 305) da Marketeer.