Deloitte: Um impacto que gera a mudança

A sustentabilidade ambiental deixou de ser apenas uma ideia sonhadora ou um pedido a longo prazo para ser uma exigência emergente de um conjunto alargado de stakeholders. De acordo com o Climate Pulse Survey 2021 da Deloitte, as alterações climáticas já não representam uma ameaça distante e afectam a vida diária em muitas partes do mundo, com as organizações a começarem a sentir os seus efeitos. A Deloitte tem, por isso, investido, passo a passo, num futuro “mais verde”, assumindo um compromisso com o ambiente, mas também com a sociedade, para gerar um impacto relevante.

A Deloitte lançou, assim, novas metas de WorldClimate, com o objectivo de incentivar escolhas climáticas responsáveis dentro da organização e, não só, alinhando a sua estratégia com o objectivo mundial sobre a descarbonização e o limite do aquecimento global a 1,5 graus, “porque qualquer coisa menos ambiciosa não terá o impacto necessário”, refere a consultora. A meta é, até 2030, ter uma pegada de carbono zero, recorrendo o mínimo possível a compensações carbónicas. «Já calculamos anualmente as nossas emissões de CO2 e compensamo- -las, mas o objectivo que temos, como empresa, e que como sociedade devemos procurar, é de emitir o mínimo possível», adianta Afonso Arnaldo, partner da Deloitte e Corporate Responsibility & Sustainability Leader.

O mesmo estudo concluiu também que cerca de 81% dos líderes organizacionais acreditam que as empresas deveriam fazer mais pela preservação do meio ambiente. Uma opinião partilhada por Afonso Arnaldo, que defende que «as organizações têm um papel tão ou mais importante do que os consumidores », já que «devem colocar no mercado produtos com vista ao lucro, não esquecendo simultaneamente a sustentabilidade, não só na produção dos produtos, como também no seu ciclo de vida». «Mais do que reciclar, a palavra deve ser reutilizar e têm de ser as empresas a ter uma grande preocupação nesta área, porque os consumidores vão aceder àquilo que lhes oferecerem para consumir», defende o responsável da Deloitte, reforçando que «está nas mãos das organizações a maior responsabilidade ». Afonso Arnaldo reconhece, no entanto, que «a evolução dos últimos quatro anos é imensa» e que «há agora um verdadeiro sentido de compromisso, uma necessidade de cumprimento que vai além das exigências do mercado».

 

FAZER MAIS PELO PLANETA

Consciente de que a sustentabilidade é também, a par dos benefícios óbvios, um imperativo de negócio que se tem mostrado benéfico na retenção de talento e na melhoria do desempenho financeiro, a consultora tem traçado um caminho baseado num conjunto de grandes áreas de actuação, no qual se integram os edifícios e a energia neles consumida; a frota automóvel, com o objectivo de, também até 2030, ter 100% de veículos eléctricos e híbridos; as viagens, «o maior desafio no caso de Portugal», nas palavras de Afonso Arnaldo, prevendo diminuir ou mudar o tipo de deslocações; os próprios profissionais da Deloitte, que são sensibilizados para que a sua pegada individual seja menor; e, por último, os clientes e fornecedores, junto dos quais se recolhe informação sobre as emissões libertadas na produção de um serviço ou de um bem adquirido, incentivando a que também eles façam mais pelo planeta. «Queremos gerar uma onda de colaboração, para que, todos em conjunto, consigamos encontrar soluções para atingirmos menos emissões», sublinha o responsável pela área de Sustentabilidade, adiantando que, «para já, é apenas para um compromisso conjunto para uma maior sustentabilidade das organizações», mas que, «a médio prazo, pode vir a influenciar a escolha sobre o tipo de clientes e fornecedores» com que trabalharão no futuro.

Certo é que, antes da pandemia de Covid-19, a Deloitte tinha nas viagens aéreas corporativas a sua maior pegada carbónica. É sabido que as restrições e os vários confinamentos reduziram significativamente todas as formas de viajar, o que obrigou a uma mudança de comportamentos na empresa, que, combinados com acções sustentáveis proactivas, fizeram com que as emissões de carbono registadas nas frotas, edifícios e viagens de negócios diminuíssem 86% face aos níveis pré-pandémicos. O desafio é agora evitar voltar atrás. A Deloitte tem, para isso, conta Afonso Arnaldo, implementado algumas medidas, principalmente na Europa Central, onde também existem outros meios de transporte mais sustentáveis, como a proibição de avião para determinadas distâncias ou marcação de viagens com um sistema de alerta para uma maior consciencialização».

Desta forma, dentro de portas, no âmbito da sua estratégia de sustentabilidade – WorldClimate –, a consultora estabeleceu como objectivo a redução significativa das emissões de viagens corporativas; a adopção de energia 100% renovável nos seus edifícios; a transição para uma frota 100% eléctrica e híbrida; e, paralelamente, aumentar o envolvimento dos seus clientes e fornecedores. Mas há mais: recentemente, em colaboração com o World Wildlife Fund (WWF), a Deloitte desenvolveu um programa de formação sobre alterações climáticas para os seus profissionais em todo o mundo.

 

FAZER MAIS PELOS OUTROS

A sustentabilidade está hoje totalmente integrada no âmbito da responsabilidade social corporativa, com ambos os conceitos a andarem de mãos dadas na maior parte das empresas. A Deloitte não é excepção, assumindo que «não pode estar unicamente ao serviço do lucro», como adverte Afonso Arnaldo, já que esse «é um conceito completamente ultrapassado».

A Deloitte duplicou o seu compromisso no apoio aos que estão a ser deixados para trás na escola e no trabalho, aumentando o objectivo de impactar o futuro de 50 milhões para 100 milhões de pessoas até 2030.

Este objectivo integra-se na estratégia de responsabilidade social e corporativa da consultora – WorldClass –, que se foca nas áreas da educação, desenvolvimento de competências e acesso a oportunidades.

No ano fiscal de 2021 (de 1 de Junho de 2020 a 31 de Maio de 2021), o programa alcançou 8,2 milhões de pessoas, sendo que, em quatro anos, desde 2017, já impactou um total de 20 milhões de pessoas.

Em Portugal, a estratégia de responsabilidade social e corporativa centra-se em cinco grandes áreas de actuação: o ensino, a empregabilidade, o empreendedorismo, a sustentabilidade ambiental e a resposta a situações de emergência.

Uma das iniciativas de sucesso da Deloitte é o PACT Fund, que financia projectos de intervenção na sociedade, em Portugal e Angola, dinamizados por organizações sem fins lucrativos do terceiro sector, e que este ano já vai na sua 8.ª edição.

A consultora tem também colaborado com o projecto Portugal Inovação Social, uma iniciativa pública que visa promover a inovação social e dinamizar o mercado de investimento social no nosso País, e que já valeu à consultora dois Títulos de Impacto Social (TIS). «São projectos de que nos orgulhamos e que nos permitem já sermos vistos no mercado como mais uma alternativa de fonte de financiamento», sublinhou Afonso Arnaldo. Com 20 projectos aprovados, Portugal é actualmente o país de União Europeia com maior número de TIS e o 4.º com maior volume de investimento mobilizado.

 

DELOITTE WORLDCLIMATE

A estratégia de sustentabilidade da Deloitte – WorldClimate – assenta em quatro vectores principais:

1. Net zero: compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2030, através de:

  • Redução significativa das emissões de carbono de viagens corporativas;
  • Energia 100% renovável nos edifícios;
  • Frota 100% eléctrica e híbrida;
  • Maior envolvimento com clientes e fornecedores

2. Empower individuals: aposta na educação e formação dos profissionais da Deloitte.
Recentemente, em colaboração com o World Wildlife Fund (WWF), a Deloitte desenvolveu um programa de formação específica sobre alterações climáticas para os seus profissionais.

3. Engage ecosystems: colaboração com clientes, alianças, ONG, grupos da indústria, fornecedores e outros para abordar as mudanças climáticas.

4. Operate green: adopção de políticas e acções climáticas com impacto.


E
ste artigo faz parte do Caderno Especial “Sustentabilidade e Responsabilidade Social”, publicado na edição de Dezembro (n.º 305) da Marketeer.

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