Deloitte: Criar um impacto positivo no mundo

Na Deloitte, sustentabilidade e responsabilidade social fazem parte de uma estratégia global com o objectivo de criar impacto positivo na empresa, nos colaboradores e na sociedade. Arnaldo Afonso, partner da Deloitte e Líder de Responsabilidade Social e Sustentabilidade, explicou esta estratégia à Marketeer.

Quais os principais eixos de actuação da Deloitte no que diz respeito à sustentabilidade e responsabilidade social?

A Deloitte tem cinco áreas de actuação no âmbito da sustentabilidade e responsabilidade social: a educação, a empregabilidade, o empreendedorismo, a sustentabilidade ambiental e o apoio de emergência. Dentro destes eixos de actuação contamos com dois grandes programas de acção: o WorldClass (uma iniciativa centrada na área da educação que pretende impactar o futuro de 50 milhões de pessoas até 2030) e o WorldClimate, focado na área da sustentabilidade, tendo como objectivo atingir zero emissões até 2030.

Para reduzir a nossa pegada ambiental e atingir a meta das zero emissões, a Deloitte está a desenvolver programas de compensação carbónica que incluem a nossa própria organização, a nossa rede de fornecedores e os nossos parceiros de negócio. Esta transição prevê, por exemplo, que todos os nossos edifícios utilizem apenas energias renováveis e a migração da nossa frota automóvel para veículos eléctricos.

Apoiamos igualmente a formação de jovens talentos através do Programa BrightStart, um projecto de aceleração de competências na área das tecnologias informáticas que, em colaboração com os Institutos Politécnicos de Setúbal, Viseu e Leiria, permite aos estudantes finalistas do ensino secundário e profissional adquirirem, enquanto estudam, conhecimentos e competências práticas em ambiente real de trabalho, preparando-os para a vida profissional.

Que objectivos fundamentais se procura atingir com a política de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa?

A nossa missão é criar um impacto relevante no mundo e, a partir desta premissa, nascem todas as nossas acções de sustentabilidade e responsabilidade social, centradas nos nossos colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros, na comunidade local e sociedade em geral. Pelo facto de sermos uma marca global, a nossa estratégia está, naturalmente, alinhada com a nossa rede global e juntos trabalhamos para a construção de um futuro mais sustentável a nível energético e ambiental, social e educacional.

O Pact Fund é uma das iniciativas mais visíveis e já vai na sua 7.ª edição. Qual o balanço desta iniciativa e como está a correr a edição deste ano?

O Pact Fund é um programa que visa apoiar financeiramente projectos, no valor máximo de 35 mil euros (por projecto), que sejam apresentados à Deloitte em três áreas: educação/capacitação, empregabilidade e empreendedorismo. A empresa apoia projectos que se desenvolvam em pelo menos uma destas áreas. As entidades do terceiro sector candidatam-se apresentando os seus projectos, que são depois avaliados por um comité composto por 11 profissionais da Deloitte, de vários níveis hierárquicos. Este comité faz uma selecção de cerca de 10 projectos, cujos representantes fazem depois uma apresentação na Deloitte.

Nas seis edições já decorridas, a Deloitte apoiou 46 projectos, num valor de mais de 700 mil euros e impactou cerca de 16 mil pessoas. Muitos colaboradores da Deloitte voluntariam-se como mentores junto destes projectos no sentido de os acompanharem durante toda a edição. Um ponto interessante é que alguns destes voluntários começam por acompanhar as instituições pela Deloitte e depois continuam a fazê-lo a título pessoal, mesmo após o fim dos projectos.

A sétima edição do Pact Fund arrancou em Outubro e está na fase de selecção.

Num ano atípico devido à pandemia de Covid-19, quais as iniciativas realizadas pela Deloitte?

Desde finais de Março tornou-se evidente que iria ser necessário que as empresas e a sociedade em geral se movimentassem no sentido de apoiar as pessoas afectadas pelo contexto de pandemia. Identificámos várias áreas de necessidade. Por um lado, logo após declarada a pandemia, faltava material de apoio ao combate à Covid-19. Nesse sentido, doámos máscaras de protecção e testes às alas pediátricas de dois hospitais portugueses, o Dona Estefânia em Lisboa e o São João do Porto. Também oferecemos testes ao Instituto Ricardo Jorge e tivemos uma iniciativa com o Instituto Politécnico de Setúbal de produção e distribuição de viseiras a várias associações, prisões e escolas.

Outra área de actuação foi a resposta a vários apelos do Banco Alimentar Contra a Fome. Houve uma degradação muito rápida das condições de muitas pessoas carenciadas, e por isso lançámos uma campanha junto dos nossos colaboradores para a doação de bens alimentares até perfazer cinco toneladas, sendo que a Deloitte complementaria esta doação com mais cinco toneladas. A campanha teve um grande sucesso e em menos de uma semana os nossos colaboradores doaram seis toneladas de alimentos, que a Deloitte duplicou num total de 12 toneladas. Temos actualmente uma nova campanha, nos mesmos moldes, em vigor.

Uma terceira área que identificámos foi a da educação. Com as crianças em casa, houve muitos pedidos de computadores por parte de associações de pais e escolas, entre outras entidades. Em resposta a este apelo, a Deloitte doou 130 computadores.

Que iniciativas estão previstas para o período do Natal no âmbito da responsabilidade social?

Para o Natal já temos em curso a repetição da campanha das 5+5 toneladas de alimentos para o Banco Alimentar Contra a Fome. Normalmente participamos também nas campanhas de recolha com voluntários da Deloitte em Lisboa e no Porto, mas este ano não foi possível devido à pandemia.

Pelo segundo ano, criámos também um mercado digital de Natal com várias instituições. O objectivo é sermos um canal digital em que cerca de 10 associações podem comercializar os seus produtos junto dos nossos colaboradores e respectivas famílias.

Enquanto consultora, qual o papel da Deloitte na definição da estratégia de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa das empresas suas clientes?

A intervenção da Deloitte pauta-se pela criação de estratégias e respectiva implementação. Há um apoio a toda esta área junto dos nossos clientes. Isto traz alguma responsabilidade adicional porque acabamos por ter de ser um exemplo para o mercado. Acreditamos que não atingimos a perfeição, mas trabalhamos para o nosso melhor.

Quais os objectivos traçados pela Deloitte para o ano 2021?

Além da manutenção de toda a nossa actuação, nomeadamente o Pact Fund e o Bright Start, estamos bastante concentrados em estabelecer os objectivos anuais para atingir a meta de emissões zero em 2030.

Temos ainda o compromisso com o Lisboa Capital Verde e com o Pacto de Mobilidade Empresarial para a Cidade de Lisboa, precisamente para implementar uma mobilidade sustentável em torno das empresas. É uma iniciativa virada para os nossos colaboradores e fornecedores, mas com objectivos de incentivo a toda a comunidade.

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