Cadbury perde Selo Real após 170 anos. Rei Carlos III diz adeus aos chocolates e dá lugar a champanhe Moët & Chandon
A Cadbury, histórica fabricante de chocolate com sede em Birmingham, foi excluída da lista de fornecedores oficiais da Casa Real britânica pela primeira vez em 170 anos. A marca tinha conquistado o seu primeiro Selo Real como fornecedora de chocolate e cacau para a rainha Vitória, em 1854, mas perdeu a distinção na nova lista de selos atribuídos pelo Rei Carlos III.
A Mondelez International, empresa norte-americana que detém a Cadbury, manifestou a sua desilusão com a decisão. “Estamos orgulhosos por termos anteriormente detido este reconhecimento e respeitamos plenamente a decisão”, declarou a marca.
Na nova lista de Selos Reais, o Rei Carlos III concedeu o estatuto a 386 empresas que já tinham sido reconhecidas durante o reinado da Rainha Isabel II. Entre os nomes de destaque estão marcas como John Lewis, Heinz e Nestlé. Algumas empresas alimentares e bebidas também figuram na lista, como a Moët & Chandon, Weetabix e os fabricantes de chocolates Bendicks e Prestat Ltd.
Os Selos Reais, atribuídos por um período máximo de cinco anos, são conferidos a empresas que fornecem bens ou serviços à monarquia. Estes selos permitem o uso do brasão real em embalagens, publicidade ou materiais de comunicação.
A exclusão da Cadbury surge também num contexto de escrutínio político. No início deste ano, o grupo de campanha B4Ukraine apelou ao Rei para retirar os selos de empresas que continuam a operar na Rússia após a invasão da Ucrânia, incluindo a Mondelez e a Unilever, outra marca que perdeu o estatuto.
A Unilever, que anteriormente tinha recebido um selo da Rainha Isabel II, afirmou estar “muito orgulhosa” da longa história de fornecimento à Casa Real.
A decisão do Rei Carlos III marca uma nova etapa nos critérios de seleção dos Selos Reais, refletindo possivelmente uma visão mais rigorosa sobre as práticas empresariais das empresas reconhecidas.