Burlas e problemas com reembolsos de bilhetes de espectáculos fazem disparar queixas

As queixas dos consumidores relacionadas com o sector da cultura aumentaram 11% no primeiro trimestre de 2022. A maioria das reclamações diz respeito a problemas com o reembolso ou devolução de bilhetes/produtos, registando-se um aumento de mais de 100% face a 2021.

Os dados são do Portal da Queixa, que verificou que os três principais motivos de reclamação dos consumidores estão relacionados com problemas no reembolso ou devolução de bilhetes/produtos (69%), problemas ou atrasos com encomendas (16%) e situações de burla (6%).

De acordo com os dados analisados, em 2022, as entidades com maior número de reclamações são: Ritmos e Blues, a somar 15% das queixas, a Ticketline (14%), a Blueticket (13%), a Wook (8%), a See Tickets (7%) e a Viagogo (6%).

Contudo, o grande destaque da análise feita pela plataforma vai para o aumento de 90% das reclamações referentes a alegadas burlas em revenda de bilhetes. A principal plataforma visada pelos consumidores é a Viagogo, que opera em vários países, e que os utilizadores do Portal da Queixa acusam de burla, violação dos direitos do consumidor, inflação de preços e venda de bilhetes falsos.

Cláudia Clark foi uma das consumidoras que denunciou a falta de transparência da empresa: «Questiono como é possível empresas como a Viagogo operarem com uma margem de lucro de 200% sobre o valor de bilhetes e como é possível as entidades promotoras permitirem que tal aconteça. Comprei bilhetes para o teatro por 72€+3€, que na realidade custavam 25€ na bilheteira», partilha.

Também Catarina Marques relata a sua má experiência com a Viagogo no Portal da Queixa: «O valor descrito no acto de encomenda não corresponde ao cobrado, o site não apresenta contactos para devoluções. Quando se faz o pedido de um certo número de bilhetes aparece um valor que é entendido pelo total de valor de factura, quando na realidade duplicam o valor pelos números de bilhetes pretendido e acrescem taxas que não são explícitas no acto da compra. Quando se tenta entrar em contacto com o site não existem opções.»

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