Bruxelas volta a investigar Microsoft

A Comissão Europeia (CE) anunciou ter aberto uma investigação formal à Microsoft por suspeitar que a empresa tecnológica esteja a desrespeitar um compromisso assumido em 2009 de facilitar aos utilizadores do Internet Explorer, o browser da marca, a possibilidade de utilização de outros navegadores de Internet.

A abertura da investigação foi confirmada ontem por Joaquín Almunia, vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pela pasta da Concorrência. «Se a nossa investigação confirmar as suspeitas de infracção, a Microsoft pode esperar sanções», afirmou Almunia, citado pela agência Bloomberg. De acordo com o The Wall Street Journal, a multa pode ascender até 10% das receitas anuais da Microsoft, que no trimestre fiscal terminado a 30 de Junho se fixaram em 69,94 mil milhões de dólares (cerca de 57,17 mil milhões de euros).

Em causa está um acordo estabelecido entre as autoridades europeias e a Microsoft em 2009, através do qual a tecnológica norte-americana se comprometeu a disponibilizar aos utilizadores do seu sistema operativo, o Windows, um “ecrã de escolha” com as dezenas de navegadores de Internet existentes para além do Internet Explorer – detido pela Microsoft e que vem pré-instalado na maioria dos computadores que integram o sistema operativo da marca. O acordo prevê que a fabricante apresente esta opção aos consumidores até 2014.

Porém, a Comissão Europeia suspeita que o “ecrã de escolha” não tenha sido apresentado a 28 milhões de utilizadores (ou 10% dos utilizadores totais) do Windows 7 Service Pack 1, que foi lançado na União Europeia em Fevereiro de 2011.

Em resposta, a Microsoft reconhece que a opção pode não ter aparecido a todos os utilizadores do seu sistema operativo devido a um erro técnico relacionado com uma actualização do software, mas ressalva que só ficou a par do erro depois de ter sido notificada pela CE no início do mês. “Apesar de termos tomado medidas imediatas para resolver o problema, lamentamos profundamente que este erro tenha acontecido e apresentamos as nossas desculpas”, disse a marca em nota de imprensa, citada pelo The Wall Street Journal. Para além disso, a Microsoft propôs o alargamento do prazo do acordo estabelecido com o regulador europeu até Março de 2016.

Antes do acordo assinado em 2009, a Microsoft foi investigada, durante mais de uma década, pela Comissão Europeia, devido a suspeitas de que a fabricante sediada em Redmon, Washington, tivesse impedido outros fabricantes de software de trabalharem com o seu sistema operativo. Na altura, a Microsoft foi multada pela CE em cerca de 1,68 mil milhões de euros.

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