Brexit: impacto para a publicidade

O Reino Unido foi chamado à mesa de voto para decidir sobre o futuro do país: dentro ou fora da União Europeia? A resposta foi positiva à saída da comunidade e as reacções do mercado não se fizeram tardar. A desvalorização da libra e a abertura das bolsas em quebra são as primeiras consequências da decisão dos cidadãos britânicos. Mas e as marcas?

Um dos principais argumentos para o chamado Brexit passa pela alegada facilidade com que pessoas de outros países podem mudar-se para o Reino Unido, fazendo com que o número de imigrantes seja significativo. Porém, para as agências isto não era um problema mas sim algo de bom já que a criatividade não tem barreiras e os directores querem poder contratar profissionais de outros países. Esta foi uma das conclusões a sair do debate organizado pela Advertising Week, que decorreu em Londres recentemente.

O mesmo debate lembra ainda outras consequências para a agora iminente saída do Reino Unido: trabalhar com clientes de outros países torna-se mais difícil e o orçamento para publicidade deverá cair abruptamente.

No calor da novidade, foram vários os líderes de agências com presença no Reino Unido a partilhar as suas opiniões. Os testemunhos recolhidos pelo site Campaign revelam que incerteza é uma das palavras de ordem: Martin Sorrel, chief executive da WPP, diz estar muito desapontado e assegura que não são boas notícias, apesar de ser a vontade do eleitorado; Chris Hirst, chief executive do Havas Creative Group, afirma que não apoiou a saída do Reino Unido da União Europeia mas que não prevê, ainda assim, um cenário desastroso, sendo que o país continuará a liderar o mundo no que respeita a indústrias criativas; Bill Scott, chief executive da Droga5 London, teme que a saída da União Europeia coloque o Reino Unido de parte, pelo menos a curto prazo, pelo que as agências e clientes terão de trabalhar ainda mais de perto.

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