Betclic quer «contar uma história, com uma mensagem forte, que desinquiete»
A Betclic apresentou na semana passada o primeiro fruto da sua nova aposta, a produção de conteúdos. A partir de agora, além de plataforma online de apostas, a Betclic é também sinónimo de produção, sendo que “Rastro”, uma curta de 28 minutos sobre poluição, é a forma escolhida para apresentar esta nova vertente.
Segundo Miguel Domingues, director de Comunicação da Betclic, este é um caminho que começou a ser trilhado em 2019 e que agora se torna mais concreto e palpável. «Não queremos ser convencionais, queremos arriscar e criar formas diferentes de chegar não só à comunidade que nos acompanha de mais perto, mas também a outros públicos com interesses diferentes», conta o responsável.
Em entrevista à Marketeer, Miguel Domingues explica como foi produzir a curta em tempo de pandemia e de que forma foram escolhidos os actores e parceiros para o projecto. O director de Comunicação adianta ainda que e a Betclic pretende inscrever “Rastro” em festivais de cinema e que esta será apenas a primeira de várias aventuras nos conteúdos.
O que levou a Betclic a assumir uma nova pele, a de produtora de conteúdos?
A Betclic tem vindo a desenvolver uma estratégia que passa por produzir entretenimento de qualidade em vários formatos, seja em eventos físicos, virtuais ou, neste caso, cinema. Esta estratégia foi lançada em 2019 e julgo que se tem provado como uma escolha acertada. Não queremos ser convencionais, queremos arriscar e criar formas diferentes de chegar não só à comunidade que nos acompanha de mais perto, mas também a outros públicos com interesses diferentes. Ao sermos produtores de cinema estamos, no fundo, a adicionar mais uma dimensão a esta nossa aposta no entretenimento e, como em tudo, queremos fazê-lo bem feito, procurando associarmo-nos aos melhores. Ao mesmo tempo estamos a ajudar a comunicade artística e cultural sendo um player muito activo.
Era claro que o tema tratado na primeira curta-metragem seria o da sustentabilidade/poluição?
A sustentabilidade ambiental e a poluição são dois temas que não podem deixar de nos preocupar. No ano passado lançámos o projecto “Futebol Bonito 2020” em que demos equipamentos a 20 clubes amadores, distribuindo também sacos para a lavagem desses equipamentos que conseguiam filtrar os microplásticos que se soltam durante este processo e que representam 85% da poluição dos nossos oceanos. Fizemos isto porque queríamos apoiar o futebol no seu estado mais puro que é também aquele que passa por mais dificuldade e menos apoios tem, mas como sem planeta não temos desporto sentimos que fazia todo o sentido ligar estas duas componentes. Numa reunião interna em que estávamos a discutir o projecto, começámos a falar sobre ir mais longe, sobre contribuir para alertar para este problema e, dentro da nossa estratégia, lembrámo-nos de contar uma história usando a arte, o cinema e foi assim que nasceu a ideia de “Rastro”. A partir daí fomos falar com a Casper que tratou depois de produzir um guião com base nesta ideia: contar uma história, com uma mensagem forte, que desinquiete. Mas não é só no âmbito do “Futebol Bonito 2020” que a nossa preocupação pela sustentabilidade se materializa. A equipa de Esports, Betclic Apogee, também tem esse lema e tem a ambição de ser a primeira equipa Carbon Zero certificada.
Quanto tempo demorou todo este processo, desde a ideia à estreia?
Foi relativamente rápido! O “Futebol Bonito 2020” foi lançado no Verão e a curta foi toda filmada entre o final de Novembro e o princípio de Dezembro de 2020. Foram quatro meses em que escolhemos uma co-produtora, fizemos casting, tratámos de toda a parte da autorizações e licenças e arrancámos com a produção in loco e as filmagens.
Como foi escolhida a equipa e todos os parceiros, incluindo realizadores e atores?
Já conhecíamos o trabalho da Casper, do João Lourenço e do Bruno Ferreira, que é um realizador premiado, e que por sua vez desafiou o Vicente Wallenstein a ir fazer um casting. Todos os actores intervenientes na curta são não-actores, desde o Jorge Camilo que faz de pai do personagem principal até aos amigos do Vicente que são moradores do bairro da Bela Vista ao treinador e jogadores do clube que fazem mesmo parte do clube. Toda esta parte permitiu que os realizadores filmassem algo muito real, bastante em bruto e isso é fantástico para o resultado final.
Um dos objectivos é inscrever a curta em festivais de cinema. Como está a ser este processo?
Estamos ainda a perceber que festivais é que se vão realizar e em que formatos, mas sem dúvida nenhuma que nos vamos inscrever e, ou muito me engano, ou vamos trazer mais prémios para Portugal.
Que feedback esperam do público?
Queremos pôr o público a pensar e a questionar-se, queremos desinquietar. Achamos que é importante que enquanto sociedade mudemos comportamentos e possamos todos ter um comportamento mais sustentável. Acho mesmo que o público vai gostar da forma como o Bruno e o João contam esta história e de como Vicente dá corpo a uma personagem que é muito real. Espero sinceramente que o trabalho de todos seja reconhecido e valorizado.
De que forma vão divulgar/comunicar esta nova aposta?
Lançámos as promos em canais por cabo no final de Janeiro e estamos também a apostar nas redes sociais.
Para quando a próxima curta? Que outros temas pretendem abordar?
O que podemos garantir neste momento é que 2021 vai ser um ano de muitas novidades no que toca à produção de conteúdos e as curtas fazem parte dessa estratégia. Em relação aos temas, podem ser dos mais óbvios, como o desporto, aos menos óbvios, como a música, a cultura, a sustentabilidade, entre outros.
Texto de Filipa Almeida