Balenciaga dedica desfile na Semana da Moda de Paris aos refugiados da Ucrânia

A Semana da Moda de Paris começou na mesma altura em que a Rússia invadiu o território ucraniano, devastando bens materiais e vidas humanas. Ontem, a dois dias da grande final do evento, a marca de luxo Balenciaga fez questão de acenar ao que está a acontecer no Leste da Europa, ao cobrir a passadeira de neve no seu desfile, numa alusão às dificuldades que os refugiados ucranianos enfrentam neste momento.

A ideia partiu do director criativo Demna, ele próprio um refugiado da guerra civil da Geórgia, iniciada em 1991, e que não quis deixar passar em branco a actualidade, que o recorda daquilo que também ele viveu.

«Era eu. Estava a ver-me, há 30 anos, quando era uma criança num abrigo e não sabia se o tecto me ia cair em cima», diz o designer nos bastidores do desfile, enquanto as modelos percorrem o palco, envergando roupas de tecido fino e botas com espigões nos saltos.

O evento contou ainda com a distribuição, em todos os 525 lugares da plateia, refere o The Guardian, de uma blusa amarela e azul (as cores da bandeira da Ucrânia) e de uma pequena nota que lia “embora a semana da moda pareça um absurdo, cancelar o evento significaria uma rendição à maldade que já tanto me magoou ao longo de quase 30 anos”.

A Balenciaga é uma das muitas marcas de luxo que, nos últimos dias, anunciaram a suspensão da comercialização na Rússia – Louis Vuitton, Dior, Hermès, Chanel, Prada, Gucci, Saint Laurent, Cartier e Burberry são outras das que se encontram na lista.

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