Awesome, existe Algarve para lá do Verão!

Por Henrique Pires, director de Marketing e Comunicação do W Algarve

A United Airlines anunciou, recentemente, a abertura de uma nova rota aérea que liga Newark a Faro, a partir de Maio de 2024. Esta novidade, por si só, representa um excelente indicador do crescente interesse do público norte-americano na região, algo que é também comprovado pelos números que o W Algarve tem registado: em 2023, um em cada três hóspedes do W Algarve são oriundos da América do Norte. É seguro afirmar que este é um público que, cada vez mais, prefere o Sul de Portugal por aqui encontrar o melhor clima da Europa. O turismo algarvio reconhece o aporte positivo que esta notícia traz e faz uma projecção do impacto nos resultados operacionais do próximo ano.

Não é para menos: todos estes factos são, sem dúvida, entusiasmantes e vêm premiar o excelente trabalho que todos os agentes ligados ao turismo têm desenvolvido na região. No entanto, é nestes momentos que importa pensar o futuro, para que oportunidades de crescimento como a abertura desta nova rota não se esfumem em benefícios a curto/médio prazo. Contudo, há um tema no qual ainda há margem para crescer: a forma como o Algarve se afirma e posiciona no mercado turístico internacional.

Desde o início da sua promoção, enquanto destino, que assistimos ao contínuo reforço de uma mesma mensagem, que, em boa verdade, é uma adaptação da ideia que os próprios portugueses têm da região: o Algarve é um destino de Verão, com praias incríveis e um vasto rol de ofertas adequadas aos meses mais quentes do ano.

Há que louvar o valioso trabalho que a Região de Turismo do Algarve, o Turismo de Portugal e um avultado número de investidores privados têm feito para contrariar essa ideia, ao longo dos últimos anos, trazendo à região alguns dos maiores eventos desportivos (como a Fórmula 1 ou o Moto GP) e culturais (Afronation, Rolling Loud) do mundo, colocando-a mais próxima dos grandes mercados internacionais. Todos esses acontecimentos trouxeram uma visibilidade acrescida sem precedentes e fomentam a vital noção de que o Algarve é um magnífico destino off-season. Agora, é necessário que seja reforçada essa ideia, veiculando o que de melhor a região tem para oferecer com consistência e regularidade. Ou seja, mostrando os traços identitários do Algarve ao mundo e o que o torna apelativo na óptica do visitante que tem interesses diferentes do típico veraneante.

A narrativa com que se comunica a região pode – e deve – tornar-se mais ampla, para que se convençam consumidores com poder de compra a visitar o Algarve, mesmo em alturas em que o mercúrio do termómetro teima em não subir. Sabemos que o Algarve tem muito para oferecer durante a época baixa: hotéis galardoados, campos de golfe que recebem provas do circuito europeu, quase uma dezena de restaurantes com estrela Michelin, vinhas com características únicas e produções que só aqui podem ser provadas, bem como uma cena artística jovem e irreverente. Sabemos também que quem procura um destino turístico off-season – em particular, o público norte-americano – nutre o desejo de participar em experiências que sejam, para si, inéditas, tendo poder de compra para suportar esse mesmo desejo. Há, portanto, um claro match entre a oferta e a procura, e é necessário que continuemos a dizê-lo ao mercado internacional.

O Algarve tem potencial para ser o melhor destino off-season do Sul da Europa, somadas todas as suas vantagens face a destinos concorrentes (hotelaria de excelência, preços competitivos, clima inigualável e a riqueza da oferta regional). É, por isso, essencial que, colectivamente, todos os sectores afectos ao Turismo continuem a criar estratégias impactantes e eficazes, que continuem a posicionar o Algarve como um destino para todo o ano.

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